Caminho de Santiago de Compostela - O Caminho Francês Original

quinta-feira, 31 de maio de 2007

F R I O

OLHA DO QUE OS CARAS ESCAPARAM....


QUASE VERÃO NA EUROPA....


UFA...


Puxa, cansou mais chegar em Saint Jean Pied de Port, com 3 voos e um taxi, do que pedalar ate aqui, em Huarte. Vamos ficar aqui hoje, apenas 5 kilometros de Pamplona. Uma cidade muito aconchegante com um albergue muito novo, limpo e com atendimento impecavel.
Terca saimos de Curitiba as 11 da manha para Sao Paulo, de la fomos para Madri de Iberia... 10 horas de voo. Chegamos em Madri as 7 da manha, hora local, quase sem dormir e comendo muito pouco no aviao. No Brasil eram 2 da manha e ainda estavamos acordados. Em seguida fomos encontra a Paari, irma do Edu que vive em Madri. 10 e pouco pegamos mais um voo, agora para Pamplona. Chegamos la12 horas, sem dormir e sem comer. No Brasil era 7 da manha. Fomos ate o correio central despachar nossas malas ate Santiago de Compostela... 1 hora embalando as malas com muito durex, pois o atendente encasquetou que era assim que tinhe de ser. Logo embaramos num taxi com destino a Saint Jean de Pied de Port, na Franca, mais 2 horas atravesando os Pirineus. 4 horas estavamos na praca central montando as bikes. 5 horas estavamos entrando no primeiro albergue, uma construcao de 1817. Banho tomado, fomos finalmente comer feito gente as 19 horas, 12 horas no Brasil. Fomos dormir as 22 horas, 5 da tarde no Brasil... imagine o cansaco.
Com isso hoje fomos quase os ultimos a por o pe na estrada. Saimos de S Jean as 8:45 da manha. Atravessamos os Pirineus em duas horas e meia e almocamos em Roncevalles, ja na Espanha. Iriamos ate Pamplona hoje de tarde, mas comecou a chover, por isso nao deu certo e paramos 5 km antes, em Huarte, foi bom, poi o albergue e novo, limpo, tem excelentes instalacoes e esta vazio, pois todos costumam esticar ate Pamplona. A cidade e medieval e muito bem cuidada.
Logo tentarei colocar mais noticias des dois primeiros dias, mas antes vou pro banho, merecido apos 68 kilomeros de pedal cruzando os Pirineus. Em seguida vamos ao mercado e vamos fazer o jantar aqui mesmo, para aproveitar o albergue exclusivo.

Beijos e abracos para a familia e amigos. Beijos pra Cris.

Binho

segunda-feira, 28 de maio de 2007

O Melhor Guia!

El Camino de Santiago

O melhor guia que encontrei para comprar em Curitiba foi o editado pela Editorial Everest, de Leon (Espanha). O autor é José Maria Anguita Jaén, um espanhol, talvez o motivo do guia ser tão rico. Há uma infinidade de detalhes e informações, com os mapas de todas as rotas, com indicações para peregrinos à pé e também para os que vão de bicicleta. Cada trecho tem um mapa com seu respespectivo plano altimétrico, o que facilita muito o planejamento do percurso diário.
Em cada cidade do trajeto francês, o abordado no guia, o autor ilustra com muitas fotos das principais atrações turísticas, além de fotos de albergues, de peregrinos e da própria trilha.
Além da riqueza de informação e ilustração, o guia conta com um excelente acabamento e vem protegido por uma prática capa plástica protetora, que permite que seja carregado na bagagem sem medo de destrui-lo durante a viagem. É este que vou levar, junto com o mapa e o guia de hoteis recebido do centro de turismo espanhol. As informações que retirei dos demais livros que li vão neste anotadas, para não perdermos nenhuma dica. Espero que dê tempo de vermos tanta coisa que nos foi sugerida.

domingo, 27 de maio de 2007

Tudo Pronto!!!

Ontem, quando pegamos as Bikes na Biketech, finalizamos um processo de preparação que durou quase 10 meses. Foi em agosto do ano passado que decidimos que faríamos o Caminho de Santiago. Escolhemos o período do ano e passamos a bola para o Emerson da EGS turismo conseguir os melhores vôos. Entramos em dezembro com as passagens compradas. Tudo perfeito. Recebemos o material na sexta, com os seguros e um roteiro detalhado. (EGS Turismo - 41 3233-2500)
Em seguida partimos para os treinos. Foram muitas pedaladas para cidade e pela região, só nós 4 ou em outros grupos, como o da Bikesul. http://www.bikesul.com/. Aliás, obrigado Gestemberger pelas inúmeras dicas e pelo apoio moral. Foram vários os passeios, sempre carregando os alforjes lotados de tralha para ir treinando as pernas. Quantas idas para Morretes em que se volta ainda mais pesado.
Na sequência fomos compras o equipamento necessário: Saco de dormir, mala-bike, ferramentas, câmeras, camisetas, chapéu, bermudas, talheres, etc, etc, etc... Muita coisa nova que seja prática e leve, para que possa ser carregado em dois alforjes pequenos, facilmente manuseado nos albergues, e não nos deixe na mão. Foram várias visitas à Caratuva, Centauro, Canyon, Território, etc.
Por fim o mais importante: Uma revisão completa nas bicicletas para que as mesmas não nos surpreendam lá nos cafundós da Espanha. Para isso escolhemos a Biketech, onde o Chris cuidou para que não nos faltasse nada e para que o equipamento estivesse perfeito como novo. http://www.biketechcuritiba.com.br/
Está tudo pronto. Dentro de 3 dias estaremos pedalando na fronteira oeste da França, rumando para Santiago de Compostela.

Obrigado à todos que aqui no Brasil ajudaram de uma forma ou de outra nestes preparativos.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

A Vieira

O Caminho de Santiago tem uma grande relação com a água, seja por ter o corpo do apóstolo ter chegado pelo mar, seja pela dificuldade que havia no passado em se traçar uma rota segura que proporcionasse bicas suficientes para que os peregrinos pudessem seguir seu caminho com certeza de abastecimento. Um pouco desta relação está demonstrada com o uso da vieira, que geralmente o viajante carrega consigo. Esta concha tem vários significados.
Há quem diga que um peregrino seguia a cavalo, quando repentinamente o animal disparou em direção ao mar. Assustado, o peregrino pediu socorro a Santiago e uma forte onda devolveu-o a terra firme. Retomada a consciência, o peregrino percebeu que seu manto estava repleto de conchas. Talvez por isso a vieira assumiu este significado de proteção.
Conta-se também que a vieira era uma prova de que o peregrino teria chegado até o fim do caminho, em Finisterra, e que assim, teria concluído o caminho, tendo portanto direito a benção da Igreja.
Outros contam que a vieira servia como credencial, como um passe, que identificava os peregrinos para que estes recebecem abrigo e alimentação dos moradores das vilas localizadas pelo caminho. Seja por um motivo ou por outro, o fato que a vieira é uma tradição do peregrino e conosco não será diferente.

Águas Peregrinas
Inácio Stofell aproveitou a relação de Santiago de Compostela com a água e deu ao seu livro o nome de "Águas Peregrinas". O autor faz uma comparação do caminho que serpenteia pelos vales, entre cidades, campos, bosques, levando peregrinos desde a França até Santiago, como se fosse um rio, que leva em suas águas toda a peregrinação. Tal movimento peregrino causa encontros e desencontros, tal qual a imprecisão do movimento das águas, que seguem o curso do rio. Assim, os peregrinos de seu livro, cada um em seu ritmo, vão seguindo para Santiago, traçando pequenas histórias em seus encontros com o autor.
Destes personagens um é realmente interessante. É o chamado Santiaguito, sobrinho surdo-mudo do padre de Luquin.
O menino acompanhou o autor em grande parte do caminho, com o objetivo de pedir, ao chegar em Santiago, que conhecesse sua mãe, então desconhecida dele. Infelizmente a forma que tal ocorre não é feliz, mas sua história é bela e combina com a essência do caminho. É um dos poucos relatos de fé, entre tantos de superação física, que encontrei até agora.
De aspecto prático o livro pouco oferece. Não é nem pretende ser um guia, assim as dicas que se podem extrair são mínimas.
Uma coisa até agora não entendi: Que movimento estranho é o que a Gertrud fazia com os braços? Leiam e tentem me explicar.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Centro Oficial de Turismo Espanhol

OBA, NOVOS MAPAS!!!

Recebi de Susana Tejedor Diago, do Centro Oficial de Turismo Espanhol, um farto material sobre a Espanha e sobre o caminho de Santiago. EXCELENTE contribuição. Sugiro para quem precisar de informações e quem quiser receber materiais sobre a Espanha e suas atrações turísticas que escreva ou que procure a Susana, no email saopaulo@tourspain.es, tenho certeza que ela irá lhe ajudar. Aproveito a oportunidade de agradecer ao Governo Espanhol e ao Centro de Turismo que oferecem este importante serviço e um excepcional atendimento, obrigado.

No material enviado veio um mapa gigante da rota francesa do caminho, indicando todos os albergues com sua localização e telefones, um mapa com dicas do caminho do Norte, um mapa com dicas do caminho da Espanha Verde, um guia turístico de Santiago de Compostela, um guia oficial dos hotéis e campings do caminho, um guia do peregrino das atrações de Castilla Y León e um guia das atrações desta província, um guia sobre o próprio caminho com informações turísticas e históricas, ufa, acho que é SÓ isso.

Não preciso nem dizer que a quantidade de informações aí contida é de grande relevância para minha pesquisa e para o nosso planejamento. Tenho certeza que grande parte deste material vai nos acompanhar por toda a Espanha.
http://www.spain.info/

Centro Oficial de Turismo Espanhol (Rua Zequinha de Abreu, 78 - Pacaembú - São Paulo - Tel / Fax: (11) 3675 - 2000)

terça-feira, 22 de maio de 2007

Sofremos a primeira baixa!!!


Infelizmente um dos integrantes da nossa aventura vai ter de ficar aqui... trabalhando!?!?! Que merda. Não faz mal, quer dizer, faz, mas como não tem o que fazer, é isso.
Enfim, aí vamos nós, Eu, o Binho e o Edú. O Nico nos encontra em Madri, para tomar um vinho com uns tapas e ver uma tourada.
Com furo ou sem furo a viagem é daqui 6 dias!
Na foto estão os três remanescentes que vão mesmo!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Manual do Peregrino


SANTIAGO DE COMPOSTELA - MANUAL DO PEREGRINO
Lairton Galaschi Ripoll é o autor do único livro que encontrei em português que não se ocupa de contar uma aventura pessoal intermeada às dicas que propõem. Ao contrário, Lairton quer mesmo é fazer um guia de viagem, trazendo inúmeras informações sobre o caminho e dicas de como fazê-lo sem sofrer tanto. São tantas as sugestões boas que dali colhi que não tenho nem como enumera-las aqui sem ser chato, ou ainda mais chato do que já sou. Mas garanto que é um bom livro e que pode ajudar muito a quem quer se aventurar nesta peregrinação. Infelizmente não é possível compara-lo com alguns guias importados, pois há no guia de Lairton algumas imperfeições que não permitem equipara-lo aos melhores guias de viagem. Exemplifico: As ilustrações e fotos são inexistentes, e nada como um guia ilustrado para dar segurança da informação, deixando o leitor preparado para o que o espera. Tal insuficiência poderia ser parcialmente suprida com descrições detalhadas, mas infelizmente o guia é bastante objetivo nas informações, reduzindo muito a descrição de pontos de interesse do caminho, ainda que cite-os todos. Por fim o guia padece de alguma falha absurda de revisão e algumas partes são repetidas desnecessariamente. A descrição de como deve ser a mochila aparece 3 vezes.
No entanto que minhas criticas não o façam desistir do livro, pois o mesmo é muito honesto no que propõem, tem um custo justo e um acabamento impecável.

domingo, 20 de maio de 2007

10 dias!

Faltam apenas 10 dias para embarcarmos... chegou a hora de começar a organizar a bagagem, ver se falta comprar algo, cerzir as meias, pregar botões, comprar a escova de dentes, lavar a bicicleta, enfim, temos poucos dias para otimizar a bagagem ao máximo. São importantes estes preparativos haja vista que tudo que levarmos terá de ser suportado por nossas próprias pernas, o que faz com que qualquer exagero possa se tornar um suplício durante o caminho. Por outro lado também não dá para passar 20 dias com a mesma camiseta e com a mesma bermuda... temos de aliar conforto com praticidade, por isso a roupa e os acessórios devem ser simples, fáceis de lavar, de secagem rápida, leves e compactos. Ou seja, muito "Dry Fit" e "Nylon".
Além da dificuldade de carregar toda a bagagem num alforje reduzido temos a dificuldade de levar toda a bagagem até o ponto de partida, em San Jean de Pied de Port. Para chegar lá tomaremos 3 aviões distintos e alguns táxis. Ou seja, qualquer excesso será dificilmente acomodado, por isso precisamos otimizar nossa bagagem que vai desde roupas e objetos de higiene pessoal, até saco de dormir, alforjes e a própria bicicleta.
Para nossa sorte o tempo nos Pirineus está melhorando e a primavera está começando a esquentar o planalto espanhol, o que quer dizer que não teremos tanto frio quanto o que os peregrinos de maio enfrentaram, com isso muito menos bagagem será necessária. De toda forma comprei mais uma jaqueta esta semana, só pra prevenir.
Como podem ver a bagagem que tenho que transportar, incluíndo a bicicleta, é grande e o espaço que tenho nos alforjes, para carregar as coisas que vou usar na peregrinação, é bem reduzido. Vai ser um aprendizado de desprendimento. Quero ver como vou carregar os livros, postais, presentes e lembranças que comprar pelo caminho.

ROTA DO NOVO MILÊNIO

A família Brito (Sérgio José de Brito, Sérgio José de Brito Filho e Ana Maria de Brito Gouveia) editou o livro "O CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA - ROTA DO NOVO MILÊNIO". O livro é bem escrito, traz algumas observações sobre locais e curiosidades, embora não pretenda ser e nem sirva como guia de viagem. Traz também muitas fotos dos autores que ilustram bem a descrição do caminho percorrido pela família em 1999.

Vale pelo relato detalhado de suas emoções, dificuldades com o cansaço físico e emocional e o relacionamento com outros peregrinos e hospedeiros. A linha narrativa segue o estilo de diário, contando pormenorizadamente o que ocorreu dia a dia com cada um dos três integrantes da aventura. No entanto, por não contar mais informações objetivas, não é indispensável para quem vai fazer a mesma trilha.

O destaque vai para o patriarca, que, contando com quase 80 anos, percorreu todo o caminho e ainda escreveu um livro para contar como foi. Parabéns. Espero ter esta mesma vitalidade quando chegar nos meus 70 anos.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Quem somos nós.


Nicolau, Rubens, Eduardo e Márcio



Bem, reclamaram que a foto que coloquei de nossa equipe não retratava a realidade, pois a mesma tinha mais de dez anos... É verdade. Hoje há muito menos cabelo e muito mais barriga, mas a essência é a mesma. Somos 4 amigos de mais de 20 anos (de amizade, 37 de idade).

Nossa amizade sobreviveu apesar de nossas vidas mudarem bastante nestes anos todos, vamos ver se ela agüenta 25 dias de Europa por trilhas e albergues.



Uhhhuuuu... alguém falou da gente!

RELATO:
Recanto Nativo - CAMPO magro - PR
Rosana Benine
ORGANIZAÇÃO: Bikesul Adventures
Fone: (41) 9912-2626
TEMPO: SOL TEMPERATURA: +- 25 Graus
www.bikesul.com
Bom dia amigos da bike
Bem-vindos a Bikesul

Foi no último dia 6 que fizemos mais uma domingueira com a BIKESUL, guiados por Gestennberguer com a colaboração inestimável de sua Tânia. A concentração foi no pátio da Havan Barigui e na hora marcada para a concentração foi chegando ciclista e chegando e chegando... de repente éramos mais de trinta, vejam só: eu, Helena Mirábile, Hercules, Claiton José, Donato José, a família Sávio: Antonio, Cláudia Maria e Guilherme, Rosana Sugiura, Sandra Mello, Patrick Mercer, Guilherme e Nicole, Gustavo Klenntz, Elemar, Álvaro, Verinha e Luiz Alexandre, Marcelo Kulevicz, Adriana Campos, Vera Lima, Mônica, Silvana Malucelli, Rosane G, Jorge Marques, Kantek, Simone e Altair, Ariadne, Álvaro Bertuzzi e Paul. Imaginem essa galera toda se preparando para sair... uma verdadeira festa!!!! Gestenn foi breve no seu discurso e logo saímos, cruzando o Parque Barigui. Uma fila imensa de ciclistas atraia a atenção dos caminheiros que freqüentam o parque nos domingos. Pegamos à avenida que passa pelo Cemitério Iguaçu, descemos e subimos, num percurso asfáltico. Lá em cima, depois dos motéis, começou nosso percurso rural. Prometia ser leve... até aqui tudo bem, o grupo da elite era a maioria, eu, Ariadne e Helena ficamos na intermediária e Rosane, pedalando pela primeira vez, vinha atrás acompanhada de Tânia, na sua função de instrutora de iniciantes. Após 30 km chegamos ao Recanto Nativo: lugar agradável e muito simpático!!! Fomos muito bem recebidos e logo já pudemos nos encantar com os produtos locais: frutas, verduras, doces, cachaça.... tudo orgânico. A horta foi um caso à parte, lá pudemos saber a diferença entre ser da cidade e ser do campo : do que havia plantado não conseguimos diferenciar, sem hesitar, nada além de rúcula e alface. Fiasco total!!!!

Logo chegou Sandra, a responsável pelo local e idealizadora de vários projetos, inclusive o da horta orgânica. Extremamente simpática e já conhecida de alguns, recebeu-nos com um almoço muito natural e saboroso. Estava uma delícia mesmo, não é pessoal???? Comida boa, vinho de produção local, uma cachacinha aqui, uma cerveja nem tão natural assim (no caso Bohemia) ali, tinha suco também.... conversa ...na rede... deitados na grama.... e vem a dúvida: vamos voltar pelo mesmo caminho??? Tem outro... mas, com alguns km a mais... não sobrou alternativa..... subiríamos o que havíamos descido e desceríamos o que havíamos subido.... detalhe: as decidas tinham sido ótimas!!!!

Fazer o quê? Bikes, caramanholas, luvas, capacetes, protetor solar... mais um pouco... era 2 h da tarde, o sol brilhava enormemente, o grupo se apruma e pega a estrada. Alguns desistiram e resolveram poupar tempo e acomodar a bike e a si mesmo na van... outros arriscamos...consegui 7 km e fui para a van, onde encontrei: Helena, Ariadne, Nicole e Rosane.. Os outros, galera, deram um show!!!!! Não havia subida que os intimidasse! Fiquei impressionadíssima com o desempenho feminino!!!! Essas mulheres da Bikesul mostraram a que vieram!!!! Inclusive chegamos antes do horário previsto! Quase inédito, imagino!
Foi um passeio e tanto... sem acidentes... sem ciclistas ao chão... mesmo porque Kantek, depois de um retiro de três meses, retornou às aventuras ciclísticas renovado, ou seja, a versão homem borracha ficou no passado. Seja muito bem vindo!!!
A todos que fizeram este passeio, que nos encontremos em breve! Quem for para Rio das Pedras faça o relato porque infelizmente não poderei ir e quero saber dos lances!
Aproveito o momento para desejar aos nossos amigos de pedal, Rubens Bürgel e
Nicolau, uma excelente viagem à Espanha e uma super pedalada à Santiago de
Compostella
.
A nossa melhor energia vai aqui para vocês!!!!
Beijo a todos!!!! Até a próxima!

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Credencial de Peregrino

A CREDENCIAL

Já recebemos nossas credenciais de peregrinos. Elas são emitidas em vários pontos no próprio caminho, tais como albergues e igrejas, bem como em postos avançados nos países de origem dos peregrinos, como em nosso caso. As nossas foram oferecidas pala Associação De Amigos Do Caminho de Santiago, localizada em São Paulo.
A credencial tem 3 funções básicas: Primeiro ela comprova que a pessoa viaja como peregrino, assim ela vira um passe-livre para que o peregrino receba um tratamento diferenciado em restaurantes, igrejas, postos de saúde e ainda possa ficar nos albergues, pois estes são exclusivos para peregrinos. Segundo: A credencial serve de registro de viagem, que comprova que você percorreu todo o caminho, pois tem um espaço destinado a cada estabelecimento chancelar sua passagem, demonstrando a data, horário e rota realizada. Por fim a credencial, uma vez preenchida de toda esta informação, serve para comprovar perante a cúria que você é definitivamente um peregrino e que tem, por ter realizado tal caminhada, o direito ao perdão, concedido na forma de um certificado emitido pela Igreja de Santiago de Compostela, também conhecido por "Compostelana". Abaixo veja o modelo de uma credencial já com os carimbos e uma compostelana. Ambas foram "pescadas" na internet, não sei a quem pertencem. Logo as minhas estarão aí. (Ps: Já troquei as fotos de credenciais alheias pelas nossas devidamente preenchidas e com as compostelanas recebidas.)

LIVRO DO DIA

Hoje vou falar do livrinho "Surpresas do Caminho de Compostela" de Rui Padilha Ramos. Bem... ele tenta... quase acerta, mas fica tentando tanto que não consegue... ficou ruim de entender? Então vamos lá. Ele tenta ser um guia, dando "dicas", mas é tão superficial que não serve para tal. Não compre com este propósito. Ele tenta ser um livro de viagem, mas a história não envolve, faltou algo que prenda, que nos faça querer saber mais dos personagens. Mas vamos ao lado positivo: Ele fez o caminho, tem quem desista. Ele fez o livro, a maioria não faz nem isso. Ele dá algumas dicas boas (entre outras mediocres: "Alongamento após a caminhada é fundamental"... !?!?! "Leve uma garrafa de água para placar sua sede"... !?!?!?!) No entanto, tirando os guias, este é um dos livros com o maior número de dicas bem objetivas. Ponto para o autor. Gostei de saber que Astorga tem um palácio feito por Gaudi, sobre o albergue das beneditinas de León, sobre a qualidade do restaurante do Manolo que já foi comentado por outros autores e sobre a fonte de Irache, que serve vinho aos peregrinos mais "borachos". Outro ponto positivo é a grande quantidade de fotos, que deve estar lá para compensar o baixo número de palavras, mas que, enfim, talvez digam muito mais que estas.

Abraços.

Rubens Bürgel

terça-feira, 15 de maio de 2007

Pedras do caminho

Pedras pelo caminho

Existe no meio do caminho, próximo a Rabanal uma trilha bem fechada por onde sobe-se 1.500 metros até uma Cruz de Ferro, um dos monumentos mais simples e antigos do caminho: no alto de um simples tronco, uma cruz pregada por Guacelmo, um eremita do século II. Pela tradição, cada peregrino tem que deixar ali uma pedra no pé da cruz. De preferência a pedra deve ser levada de seu país de origem... assim, achem suas pedras. Eu já achei a minha, uma pedra de sambaqui que pertencia ao meu avô e deve ter sido utilizada pelos índios de nosso litoral.

Hoje vou falar do livro de Roberto Melchior " Id e Eu no Caminho de Santiago". O autor insite em se colocar conversando consigo mesmo e esta é a linha que conduz a narrativa de sua viagem. Mas isto não é ruim e em determinados momentos é bem escrito e o contra-ponto faz alguma graça. Os personagens e as passagens são ralativamente envolventes e fazem com que possamos realmente se envolver na viagem do autor. è um livro leve e agradável, embora sem muita colaboração em dicas e sugestões para a viagem. É um dos poucos autores que percorreu o caminho de bicicleta, como faremos. Gostei das dicas do Albergue do Hostelling International de Leon, do restaurante Afonso VI e do albergue de Sahagun, da Colegiata Nossa Senhora Del Mazano, da Catedral de Burgos e do monumento do peregrino de Gerardo Brun. Foi divertido.

Santiago Mata-Mouros

Santiago nem sempre foi a figura pacífica que hoje inspira os peregrinos. Um lado guerreiro que nunca existiu em sua vida terrena faz parte da história lendária do santo.
Contam as lendas que durante o período que a península ibérica esteve sob domínio muçulmano, no início do século IX, os "mouros", São Tiago teria aparecido em vários combates travados pela Reconquista Cristã.
Neste período fazia falta um lider, um santo que unificasse a luta contra o inimigo comum. É assim que Santiago humilde, amigo dos pobres, que confia no poder da palavra, converte-se num guerreiro - Santiago Matamouros - que toma a espada pela primeira vez em 23 de maio de 844 para ajudar a Ramiro I de Astúrias na batalha de Claravijo, contra Abderramán II, sendo a partir de então apelidado de Matamoros.
Segundo a lenda, São Tiago foi visto pelos cristãos espanhóis, cavalgando à frente da batalha num cavalo branco, com sua espada. Foi sob a sua bandeira que o Cristianismo reconquistou a Espanha, foi seguindo o seu cavalo branco que os espanhóis expulsaram os mouros. O culto ao apóstolo tornou-se o foco espiritual e o símbolo da Reconquista. E a espada como punho em forma de cruz se tornou o símbolo do apóstolo Tiago.

Duas semanas

Bem, faltam apenas duas semanas para sairmos na nossa aventura meio turística, meio peregrinatória (Existe isso?). Já não dá mais tempo de treinar... não vai mudar nada. Agora é torcer para que as pernas aguentem, que os alforjes não rasguem, que a bike não quebre.
Pra ajudar só dá tempo de ler, ler tudo o que escreveram para conhecer melhor o que vamos enfrentar. Agora estou lendo um livro que chama Caminhos para Santiago... Bem, devia falar do caminho, mas até agora o autor não chegou nele... vamos ver.
O caminho que escolhemos é o mais tradicional, o "caminho francês" que começa em Saint Jean Pied de Port ou em Puerto del Somport, ambas as cidades a poucos quilometros da divisa entre a França e a Espanha. Esta versão do caminho é a mais concorrida, consequentemente a que mais possui infra-estrutura e literatura. Vários são os livros que encontrei sobre o caminho, outros tantos não encontrei mas soube deles e 95% deles são sobre o caminho francês.
Esta semana eu li o livro da Lúcia Amaral de Oliveira Ribeiro, "Histórias de uma peregrina - Santiago de Compostela e outros caminhos". Olha... não é ruim não. Tem uma boa parte introdutória com várias curiosidades do caminho, o que é uma raridade nos livros de relatos de viagens. Passado isso a autora entra na sua história do caminho que é a mais abreviada que já li. Aí eu tenho de ser cruel e dizer que é muito pouco instrutivo. Dá uma ou outra dica de igrejas e albergues, mas conta tudo que se passou tão abreviadamente que nem dá para se envolver com sua história pessoal. Ou seja, a segunda parte não serve como guia nem como história de uma peregrina. Mas, considerando o baixo custo, o bom acabamento, a primeira parte e as poucas dicas... pode comprar.
Gostei das dicas da Pedra da igreja de Padron, antiga Iria Flávia, que serviu para amarrar o barco que trouxe os restos mortais de São Tiago, da hospitalidade de Pablito de Azqueta, sobre quem já havia lido, o que reforçou minha crença de que o cidadão é simpático mesmo, da igreja de Santa Maria la Blanca, em Villacazar de Sirga e do Monastério de Samos.
Até a próxima.
Abraço
Rubens Munhoz Bürgel

sábado, 5 de maio de 2007

Faltam 25 dias!

Faltam apenas 25 dias para iniciarmos nossa aventura pelo caminho de Santiago. Como está perto começa a dar vontade de viver logo esta história, o que faz com que fiquemos matutando o assunto. Assim resolvi montar este blog que, de verdade, não sei se vou atualizar algum dia, mas que por enquanto pode começar a ser uma idéia de um diário da viagem... de seus preparativos até suas conseqüências. Vamos ver.
A idéia está lançada. Vou relatando aqui tudo que der sobre o assunto, quando der, se der. Quem sabe ajuda alguém... quem sabe vira um diário, quem sabe funciona.
A viagem está planejada para iniciar dia 29 de maio de 2007. Vamos de Saint Jean Pied de Port (França) até Santiago de Compostela (Espanha). Devemos percorrer algo como 900 km, considerando as entradas, desvios e afins. Vamos em 4 amigos, eu, Rubens Bürgel, mais 3 amigos Márcio Toledo, Eduardo Queluz e Mário Nicolau.

Márcio, Rubens, Nicolau e Eduardo
É isso...
Até a próxima.
Abraço
Rubens