O Caminho de Santiago tem uma grande relação com a água, seja por ter o corpo do apóstolo ter chegado pelo mar, seja pela dificuldade que havia no passado em se traçar uma rota segura que proporcionasse bicas suficientes para que os peregrinos pudessem seguir seu caminho com certeza de abastecimento. Um pouco desta relação está demonstrada com o uso da vieira, que geralmente o viajante carrega consigo. Esta concha tem vários significados.
Há quem diga que um peregrino seguia a cavalo, quando repentinamente o animal disparou em direção ao mar. Assustado, o peregrino pediu socorro a Santiago e uma forte onda devolveu-o a terra firme. Retomada a consciência, o peregrino percebeu que seu manto estava repleto de conchas. Talvez por isso a vieira assumiu este significado de proteção.
Conta-se também que a vieira era uma prova de que o peregrino teria chegado até o fim do caminho, em Finisterra, e que assim, teria concluído o caminho, tendo portanto direito a benção da Igreja.
Outros contam que a vieira servia como credencial, como um passe, que identificava os peregrinos para que estes recebecem abrigo e alimentação dos moradores das vilas localizadas pelo caminho. Seja por um motivo ou por outro, o fato que a vieira é uma tradição do peregrino e conosco não será diferente.
Águas Peregrinas
Inácio Stofell aproveitou a relação de Santiago de Compostela com a água e deu ao seu livro o nome de "Águas Peregrinas". O autor faz uma comparação do caminho que serpenteia pelos vales, entre cidades, campos, bosques, levando peregrinos desde a França até Santiago, como se fosse um rio, que leva em suas águas toda a peregrinação. Tal movimento peregrino causa encontros e desencontros, tal qual a imprecisão do movimento das águas, que seguem o curso do rio. Assim, os peregrinos de seu livro, cada um em seu ritmo, vão seguindo para Santiago, traçando pequenas histórias em seus encontros com o autor.
Destes personagens um é realmente interessante. É o chamado Santiaguito, sobrinho surdo-mudo do padre de Luquin.
O menino acompanhou o autor em grande parte do caminho, com o objetivo de pedir, ao chegar em Santiago, que conhecesse sua mãe, então desconhecida dele. Infelizmente a forma que tal ocorre não é feliz, mas sua história é bela e combina com a essência do caminho. É um dos poucos relatos de fé, entre tantos de superação física, que encontrei até agora.
De aspecto prático o livro pouco oferece. Não é nem pretende ser um guia, assim as dicas que se podem extrair são mínimas.
Uma coisa até agora não entendi: Que movimento estranho é o que a Gertrud fazia com os braços? Leiam e tentem me explicar.
Está chegando a hora! Se preparem, está um frio do cão lá! Boa sorte!
ResponderExcluirOnde você achou esta imagem da vieira com o mapa da Europa? Muito legal.
ResponderExcluirAdorei a história da vieira! Será que é verdade ou vocês inventaram?
ResponderExcluirBoa viagem!
Esta história da vieira está incompleta... leiam mais no Blog sobre Santiago de Compostela do Paulo Coelho. Mas o caminho é este mesmo...
ResponderExcluirolá, boa tarde! onde compro a concha (Vieira). Resido no RJ.
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