O percurso entre o ponto de partida e Santiago de Compostela, até a catedral, pode ser muito longo... no nosso caso, que saímos de Saint Jean Pied du Port, França, foi de 900 km. Como seguir num caminho tão longo sem se perder? No nosso caso passamos por mais de 100 diferentes cidades... de 5 a 10 km entre elas repletos de bifurcações. Em cada cidade o caminho passa pelo albergue - em algumas são dois ou três - passa pelo centro de turísmo, quando existente, passa pela praça central e pela igreja matriz... ufa!. Imagine quantas esquinas dentro da cada cidade... quantas curvas temos de fazer, quantas escolhas e decisões de que caminho seguir... vezes 100 cidades... vezes 900 km... faça as contas... quantas oportunidades de se perder e ir parar lá em Ibiza... o que pode ser bem interessante afinal.
Lembrando ainda que o percurso mais tradicional é o que fizemos, mas que este é só um dos percursos possíveis... existe o Caminho Português, o Caminho Inglês... pode começar o caminho que em Paris, em Roma, em Amsterdan... enfim, a Europa inteira pode ser origem para a caminhada. Mas como não estamos no antigo império Romano, onde todos os caminhos conduziam a um só destino, como fazer para ter certeza que estamos indo na direção certa?
Com este objetivo os mantenedores do caminho colocaram de tanto em tanto vários sinais facilmente identificáveis que nos mantém na rota certa. Em cada esquina, em cada bifurcação, em cada ponto de dúvida há uma flecha amarela, uma concha, um sinal indicativo que nos mostra qual a rota certa.
No começo, assim que saímos do primeiro albergue, ficamos meio apreensivos de como seguiremos um mapa cruzando um país por estradas secundárias... Parece que o mapa é a nossa única esperança de chegar lá e ao mesmo tempo um bicho de 7 cabeças...
Logo na porta do albergue vemos a primeira flecha. Elas já eram famosas pois muitos já haviam escrito sobre elas.
Logo que seguimos a primeira flecha vamos encontrando as ruas e estradas que aparecem nos mapas... opa, está dando certo, mas ainda há uma certa insegurança em seguir estes sinais... o mapa é o apoio que confirma a rota. Com o passar dos quilometros vamos cada vez mais confiando nos marcos e logo apenas eles nos guiam, o mapa vira um mero apoio para sabermos quantos quilometros faltam ou qual é a próxima cidade... mas sem dúvida o caminho é feito seguindo-se apenas as setas. Tantoq que quando ficamos muito tempo sem ver uma delas logo nos preocupamos... - será que erramos o caminho? - logo aparece o marco salvador indicando que estamos no caminho certo. Ele está lá... na parede, no postinho de cimento, feito de pedras, na concha colocada no calçamento, na flecha pintada no meio-fio... ele está lá. Se você percorre muito tempo sem ver algum deve voltar e refazer o caminho... em algum lugar você errou o caminho e vai ver a seta discreta que passou desapercebida.
Algumas vezes ele é extremamente redundante... dois ou três marcos na mesma esquina... outras vezes é bastante discreto... apenas uma conchinha amarela colada numa parede, uma setinha pintada numa placa de sinalização de trânsito, uma seta formada por pedras colocadas no caminho por alguns peregrinos...
Mas não tenha dúvida... você vai ficar extremamente sensivel a estes sinais, vai percebe-los à distância, sem nem sentir vai estar no caminho certo e quando se der conta vai estar no marco zero.
Bem, não deixe de ter um mapa... um bom guia pode lhe dar a segurança de saber quanto falta para a próxima cidade... se esta é pequena ou grande, se tem albergue, etc... Mas quanto ao caminho certo... é só seguir as setas.
Agora que posso acessar o blog, vou ser frequentadora assídua, espero que não parem as postagens desta viagem tão incrível e divertida!
ResponderExcluirUm abraço, Dani.
Adorei as dicas sobre o caminho. Pretendo faze-lo em breve. Qual a melhor época parea irmos? Parabéns pelo Blog.
ResponderExcluirCarla
Falta ordem cronologica das postagens...
ResponderExcluirTenho uma foto bem neste lugar. Dá muita saudade.
ResponderExcluir