Caminho de Santiago de Compostela - O Caminho Francês Original

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SEI QUE QUERO FAZER O CAMINHO DE SANTIAGO DE BIKE, E AGORA?

PARTE DOIS - A BIKE E O EQUIPAMENTO

Uma vez definido qual o caminho a ser percorrido algumas respostas já vão aparecendo em decorrência desta primeira decisão...tais como: Qual será o perfil da viagem? Em que cidade planejo iniciar? Quantos dias disponho e pretendo usar no caminho?
Mas apenas definir a rota ainda não responderá plenamente todas elas... precisamos tomar mais uma decisão crucial... Vamos pelo asfalto ou pela trilha? Isso importa de imediato no tempo que levaremos viajando, já que a média horária de cicloviagem pelo asfalto é cerca do dobro da realizada por trilha. Teremos condições de realizar a viagem planejada no tempo disponível? Em seguida esta decisão nos remete ao tipo de bike e acessórios a serem escolhidos e, por fim, ao treinamento que teremos de fazer.
Eu acredito muito no caminho pela trilha... é por onde vou e é o que realizam os peregrinos à pé. Só recorro ao asfalto em casos críticos. Mas na verdade é bem mais comum os ciclistas fazerem todo o caminho pelo asfalto, indo pela trilha original apenas onde esta for pavimentada. Sinta-se a vontade para fazer o que mais lhe convier... nenhuma opção é a mais certa, senão a que lhe convém mais.
A viagem pelo asfalto oferece algumas vantagens: Mais rápida; mais limpa; menor risco de quedas técnicas; possibilidade de carregar mais bagagem; muito mais fácil de vencer subidas; possibilidade de relaxar um pouco nas descidas; preserva mais a bicicleta de quebras. Como vantagens do caminho pelas trilhas podemos citar: você passa sempre pelo caminho original; passa por todas as cidades, mesmo as bem pequenas; oferece um contato muito maior com peregrinos e locais; menor risco que quedas em velocidade; menor possibilidade de choque com veículos; ambiente muito mais aprazível e relaxante;
Considerando estas diferenças básicas você deve decidir se consegue encarar a trilha pesada, poeirenta mas mais divertida, ou vai optar pela velocidade limpa e monótona do asfalto. Se for esta sua opção você pode viajar com uma bicicleta de cicloturismo ou uma mountain bike. Mas prefira equipá-las com pneus lisos para asfalto, ou no máximo mistos que oferecerão boa aderência sem comprometer a velocidade. Uma boa opção é ter também um sistema de freios a disco, já que a velocidade maior necessita maior poder de frenagem. O peso e a liga da bike só vão importar na hora de transportar no avião, onde 5 Kg a mais ou a menos não muda muita coisa. Pedalando pelo asfalto esta diferença de peso não importa tanto.
É bastante comum ver europeus em velhas bikes speed, quadros de ferro ou cromo, lotados de alforjes além de uma carretinha de bagagem. É bacana de ver, mas temos de considerar que eles percorrem distâncias muito maiores, pois, na maioria das vezes estão vindo desde suas cidades, coisa de 1000 ou 2000 km de estrada a mais do que nós. Para quem vai fazer só o caminho isso não tem muita graça.
Para ir pelas trilhas a bicicleta deve ser necessariamente uma mountain bike, leve mas robusta, pode ser de alumínio (ou carbono, se puder), com suspensão dianteira apenas. Quadros de ferro, cromo ou de ligas de alumínio muito pesadas vão te dar dor de cabeça nas subidas muito íngremes quando você terá de empurrar bike e bagagem morro acima. Quanto mais leve e melhor o conjunto de câmbio mais conforto terá na pedalada. Componentes devem ser no mínimo Shimano ou superior, são mais leves e te dão segurança. O caminho é composto de trilhas, estradinhas e um pouco de asfalto. Temos trechos com grandes inclinações, outros com buracos, outros pedras soltas e outros com tudo junto, por isso pneus de trilha com garras proeminentes é a melhor opção.
Os alforjes: Eu uso a mountain bike de quadro rígido, apenas com suspensão dianteira pois uso os alforjes bem carregados atrás, então meu bagageiro tem de ser robusto e uma bike full não me serve, pois bagageiros de canote não suportam muito peso. Alforjes dianteiros ou carretinhas não são recomendados para as trilhas, mas indiferentes para quem vai pelo asfalto. É só lembrar: Mais carga = Mais força necessária... faça suas contas e veja até onde sua bagagem é tão importante. Eu sempre lembro dos 15 kg de postais que carrego nas minhas viagens... doem na perna, mas eu acho que vale a pena...
Use alforjes simples... esqueça os de amarrar... não funcionam! Opte pelos estanques, de envelope único, engate rápido. Se não der garanta uma boa capa de chuva para eles ou ensaque toda a roupa antes de colocá-la no alforje. Não há como fugir das chuvas e não há tempo de secar toda a bagagem. Topeak e Deuter são ótimas marcas. Ma, se puder vá de Ortlieb, um saco simples, 100% estanque e com engate rápido e seguro no bagageiro. É a marca preferida dos Europeus que inventaram o cicloturismo... isso deve representar alguma coisa.
Não encha a bike de acessórios que vão demandar um tempo para montar, desmontar, mais peso pra carregar, mais coisa pra cuidar. Deixe a magrela o mais pelada possível. Em cicloviagem mais é menos! Mas é bom ter: campainha, para alertar peregrinos da sua chegada, odômetro ou GPS para marcar seu desenvolvimento, uma lanterna que será usada a noite nos albergues, um cadeado simples para caso a bike precise dormir num local aberto.
Agora que já sabe qual seu caminho e escolheu sua bike... vamos falar sobre o resto da bagagem... ou sobre os albergues? Vamos ver... Semana que vem, ou na outra...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

De Lisboa a Santiago sem se perder

Abaixo reproduzo entrevista publicada no site http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=187&id_news=466923 acerca do lançamento de mais um guia do Caminho Português para Santiago


"As férias terminaram para muitos mas há ainda alguns agraciados. Para esses, uma óptima sugestão é fazer o Caminho de Santiago, concretamente percorrendo o Caminho português, um itinerário de certo modo ainda desconhecido pelos peregrinos de todo o Mundo, que preferem fazer o mediático Caminho francês. Para a travessia é obrigatório levar o «Caminho Português de Santiago», obra editada pela Livros d´Hoje. Durante um mês Carlos Carneiro e Jorge Vassallo (autores na mesma editora do livro «Até onde vais com 1000 euros?») seguiram as setas amarelas para indicarem aos interessados o melhor caminho a seguir sem problemas tendo como destino final Santiago de Compostela, seja a pé ou de bicicleta. «¡BUEN CAMINO!»
Este ano o Caminho de Santiago comemora o Ano Santo Jacobeu, algo que acontece quando o dia 25 de Julho, dia de Santiago, é um domingo. O próximo ocorrerá apenas em 2021. Por isso, e apesar da data já ter passado, é quase obrigatório percorrer o caminho este ano, mesmo que não seja por motivos religiosos:
«O Caminho de Santiago é acima de tudo uma rota que nos faz redescobrir o lado mais simples da vida e isto aplica-se a crentes e não crentes. As razões para dar o primeiro passo são variadas e para além do turismo e religião que refere, há ainda quem vá por desporto, contacto com a natureza, tirar umas férias super low-cost e até sarar desgostos de amor! É esta diversidade que faz do Caminho algo tão rico e surpreendente.»

O que falha no Caminho Português e o que ele tem de positivo e de diferente para os restantes? A grande falha do Caminho português é também o seu grande trunfo: ainda está a dar os primeiros passos. Isto sente-se principalmente nas infra-estruturas, sendo esta realidade mais evidente entre Lisboa e o Porto. Perde-se em previsibilidade e certezas – que teremos um albergue à nossa espera a cada «x» quilómetros com o Menu do peregrino num restaurante mesmo ao lado. Ganha-se em espontaneidade, aventura e num contacto humano mais genuíno, que se surpreende com a nossa passagem. E as alternativas ao Albergue e Menu peregrino existem! Foi isso que procurámos exaustivamente e apresentamos neste guia.
Já fizeram alguma das outras rotas? Se sim, que comparação poderiam fazer com a nossa? Foi para ambos uma estreia no Caminho de Santiago e ficámos com uma enorme vontade de fazer as outras rotas. Conhecemos inúmeros peregrinos que fizeram ambas e os comentários giram sempre em torno da maior organização e afluência de peregrinos nas outras rotas – com a vantagem de se fazer bastantes conhecimentos, às vezes amigos para a vida, e a desvantagem de nos picos de afluência poder haver sobrelotação dos albergues. A paisagem e beleza natural também são muito diferentes. Aí os gostos são diversos.
Garantem que quem comprar este guia vai chegar definitivamente a Santiago? Só há uma maneira de chegar definitivamente a Santiago – seguir a seta amarela! É incrível pensar que de Lisboa a Santiago há um percurso marcado na totalidade, com setas em cada cruzamento, em cada esquina. Este guia é o complemento das setas, que permite organizar os dias para fazer uma caminhada descansada, tirar eventuais dúvidas na sinalização, ter sempre tecto para dormir, sítios para comer e muitas outras informações úteis – incluindo a preparação e o regresso a casa.
Como é visto o peregrino no Caminho Português pelas populações? De Lisboa ao Porto poder-se-ia dizer que muitas vezes é invisível! Passámos por muitas aldeias em que os habitantes não faziam a menor ideia que o Caminho passava mesmo à porta de suas casas. Alguns até achavam que as setas amarelas eram «coisa dos miúdos» e até sinaléticas de ladrões para roubar casas! Depois de nos explicarmos os sorrisos e a curiosidade abrem com facilidade. A partir do Porto já é comum verem-se peregrinos a passar e quando entramos na Galiza ainda mais. As reacções são sempre de encorajamento, ajuda, inveja saudável e entusiasmo.
Acredita que as instâncias turísticas do nosso país ainda não acordaram da potencialidade do Caminho Português, como acontece em Espanha, por exemplo? Acreditamos plenamente e com alguma estranheza. Manter o Caminho, as sinalizações em parceria com o poder local e disponibilizar locais com dormidas em pontos-chave seria um investimento, para nós, claro como a água, e aparentemente com um orçamento baixo. O Caminho leva as pessoas a conhecer e sentir um país com uma calma única, passo a passo, aldeia a aldeia ao longo de muitos dias, muitas amizades, muitos encontros. E é algo que os peregrinos fotografam e levam consigo para as suas casas! Ou seja, o potencial turístico vai muito mais além do próprio Caminho. O grande boom no passado recente do Caminho foi resultado directo de um enorme investimento feito por parte da Junta da Galiza. O Caminho português foi evoluindo devagar e graças aos esforços das entidades locais e particulares, a par da boa vontade de muitas Corporações de Bombeiros que acolhem os peregrinos para dormir
É notório o cuidado que tiveram com as informações. Como fizeram a recolha de material? Quantos dias estiveram em campo? Estivemos um mês no terreno, de bicicleta, com o bloco de apontamentos sempre à mão, ou no nosso caso, nos cestos das bicicletas. Para facilitar as coisas dividimos o trabalho em dois – o Jorge Vassalo fez tudo o que era do Caminho em movimento (percurso) e passava o dia de olho no conta-quilómetros e nas setas; o Carlos Carneiro tudo o que era paragens (infra-estruturas) e acelerava de aldeia para aldeia. Depois passámos cerca de dois meses a organizar todos os dados.
O Caminho Português está preparado para receber qualquer peregrino? Para qualquer um dos Caminhos a condição física é obviamente importante. Depois é uma questão de tempo e de espírito de aventura. Para se fazer o Caminho português entre Lisboa e Porto é preciso estar preparado para dormir nos Bombeiros voluntários pois às vezes é a melhor alternativa – para não ter que se fazer etapas muito longas.
Qual a parte mais complicada no caminho? E a mais bela e a mais feia? A parte mais complicada do Caminho em termos físicos é a subida da Labruja - a maior de todo o Caminho -, principalmente para quem vai de bicicleta, pois terá de a levar às costas. Mas, chegando ao topo, a sensação é inesquecível! As partes feias do Caminho aparecem quando atravessam grandes centros urbanos. E de todas elas talvez a saída do Porto seja a pior. A mais bela? É de difícil resposta. Logo depois de passarmos o Parque das Nações em Lisboa ficamos boquiabertos com um trilho fabuloso em plena Sacavém. E admitimos a nossa ignorância - local que jamais imaginaríamos. Até chegar a Compostela vamos descobrindo um Portugal completamente novo. E claro, a nossa vizinha Galiza.
Há diferenças em termos de estrutura quando entramos em Espanha? Há grandes diferenças pois leva uns bons anos de avanço – os albergues são em muito maior número, logo com distâncias mais curtas entre eles.
O Caminho Português começa mesmo em Lisboa? O Caminho começa à porta de casa. Esta é a regra original - os peregrinos saíam de casa a pé e iam-se juntando nas estradas principais, afunilando em maior número à medida que se aproximavam do destino. Os tempos mudaram, os meios de transporte evoluíram e Lisboa é um excelente ponto de partida – é aqui que começam as setas, a primeira de todas pintada na base da Sé de Lisboa. Mas não há limites – conhecemos quem começou no Algarve! Bom Caminho! "


Publicado em: quarta-feira, 1 de Setembro de 2010 11:14 por Pedro Justino Alves

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEI QUE QUERO FAZER O CAMINHO DE SANTIAGO DE BIKE... E AGORA?


Meu caminho começou aqui em Curitiba, onde encontrei a primeira seta amarela pintada no chão, em frente ao escritório (?) da associação dos amigos do Caminho de Santiago de Curitiba.
Imaginava que todo mundo que fazia o Caminho de Santiago, seja à pé, ou de bicicleta, sabia o que estava fazendo, ou seja, pessoas que praticavam caminhadas ou pedaladas regularmente e que resolveram fazer a famosa de peregrinação para lavar suas almas perdidas... Ledo engano!
Encontramos pelo caminho dezenas de pessoas que não tinham realmente a menor idéia do que estavam fazendo... pessoas que nunca deram sequer uma volta no parque dispostas a atravessar um país caminhando. Gente que nunca saiu de sua cidade, cruzando dezenas de cidades estranhas sem um mapa ou um GPS. Pessoas totalmente desacostumadas com a atividade física, focadas em percorrer quase 1000 quilômetros calçando sapatos de couro e calças jeans! Uma coisa é comum a todas estas pessoas... a fé na sua capacidade de realizar a missão a que se propõem e a fé de que o Santo vai ajudá-las nesta tarefa.
Mas cá pra nós... Deus ajuda quem se ajuda... e sair fazendo o Caminho de Santiago sem preparo é de uma tremenda irresponsabilidade... coisa que nem Deus, que já tem mais com que se preocupar, pode dar conta. O resultado disso também encontramos pelo caminho... pessoas desistindo de seu sonho vencidas pelo cansaço, pelas dores, pela falta de planejamento.
Pensando nisso é que resolvi fazer esta série de textos... dicas para você planejar um pouco e viabilizar sua cicloviagem pelo caminho de Santiago de Compostela. Não vou falar da história do caminho nem de quem foi Santiago pois isso você já deve saber... senão acho que nem estaria lendo este texto. Mas vamos tratar de questões bem práticas que acabam atrapalhando quem já pensa em fazer o caminho e não sabe por onde começar... Falando em começar tá aí o nosso primeiro tema: ONDE COMEÇA E POR ONDE PASSA O CAMINHO DE SANTIAGO?
Bem, temos de considerar que o Caminho de Santiago não é uma rota que leva de um ponto A para um ponto B, com início e fim conhecidos, mas sim qualquer rota que leve de qualquer ponto onde você esteja até o destino conhecido que é a catedral de Santiago de Compostela. Se entendermos isso entenderemos que somos nós que fazemos o caminho e este pode ser feito por absolutamente quaisquer estradas que levem até Santiago de Compostela. Você pode vir do norte, do sul, por estradas de asfalto ou de terra... o importante é que você registre seu ponto de saída e que respeite a distância mínima, que no caso dos cicloturistas, digo, cicloperegrinos é de 200 km.
Como o caminho é feito por muitas pessoas vindas de diversos pontos da Europa algumas rotas foram se solidificando como mais tradicionais e, conseqüentemente, contam com mais apoio ao peregrino ao longo do trajeto, tal como a presença albergues, restaurantes, fontes, sinalização, etc.
Destacam-se neste sentido os três principais caminhos: O Francês, o do Norte e o Português. Todos contam com adequada sinalização, rede de apoio e guias em abundância.
O Caminho Português inicia-se em Lisboa e segue por Portugal cruzando o quase todo o país do sul ao norte, onde entra na Espanha a menos de 200 km de Santiago de Compostela. É um caminho bastante plano, embora tenha algumas subidinhas chatas e uma bem desgastante no terço final que é a subida da Serra da Labruja. Todo ele pode ser feito por asfalto, para os que não são adeptos das trilhas, mas mesmo para quem gosta do caminho mais tradicional, muito dele passa pelas estradinhas asfaltadas. O percurso todo pode ser fechado em 10 dias, com uma média de 70 km/dia.

O Caminho do Norte inicia-se em Biarritz, França ou em San Sebastian, Espanha, e segue pelo norte da Espanha, passando pelas cidades litorâneas. Este é um caminho bastante cansativo por é marcado por uma intensa variação altimétrica. A sinalização é excelente e a rede de apoio conta com ótimos guias e albergues. Pode ser feito tanto pelo asfalto como pelas trilhas e seus 900 km podem ser vencidos em 14 dias.
Por fim o Caminho Francês, certamente o mais famoso de todos, que inicia-se ao pés dos Pirineus, em Saint Jean Pied Du Port, na França, mas quase na divisa com a Espanha. Este caminho segue por caminhos rurais do interior da região norte da Espanha. A rede de assistência ao peregrino é absurdamente maior que a dos outros caminhos, assim como a presença de peregrinos que lotam seus albergues. A sinalização chega a ser exagerada e o número de guias disponíveis inclui até guias em português editados no Brasil. É um caminho que também tem bons trechos planos, mas, além de pequenas subidas, tem 3 pontos críticos na subida dos Pirineus, de Perdão e do Cebreiro. Leva-se em média 14 dias para cruzar seus 850 km. Basicamente estas são as rotas mais famosas mas, existem outras, Via da Prata, Caminho Aragonês, Caminho Inglês, etc... E pode haver o ‘seu’ caminho, você é livre para fazer o caminho que quiser, iniciando as rotas tradicionais em pontos intermediários, ou partir de qualquer outra cidade que deseje... escolha um lugar de onde gostaria da partir e monte o seu Caminho para Santiago de Compostela.Os caminhos terminam, invariavelmente, com um grande sorriso no rosto em frente à Catedral de Santiago de Compostela

Post escrito originalmente para o Blog "Pedale por um mundo livre":

http://www.pedaleporummundolivre.com.br/posts/49/sei_que_quero_fazer_o_caminho_de_santiago_de_bike

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

VALEU?

Caro João Galvão... Obrigado pelo bilhete/recado deixado no alto da Labruja... Não vimos, mas era de imaginar que chegaríamos extenuados demais para prestar atenção em mais algumas pedras...
Valeu sim!
Abraço
Rubens e Nicolau

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ano santo em Santiago de Compostela






Ontem, 25 de julho, todos os olhares do mundo cristão estiveram dirigidos a Santiago de Compostela, onde peregrinos chegaram a pé, de bicicleta ou a cavalo, seguindo caminhos traçados há séculos, cumprindo promessas, festejando datas, esperando milagres. Paulo Coelho, escritor brasileiro, foi convidado com honras, já que através de seu livro “O Diário de um Mago” foi popularizada a rota peregrina em nosso país. O dia 25 de julho marca a festa do Apóstolo San’Iago, padroeiro da Galícia e da Espanha, assim como o Dia Nacional da Galícia, quando o Rei da Espanha ou o Príncipe das Astúrias fazem a tradicional Oferenda ao Apóstolo, e quando saem em procissão as relíquias veneradas pelo povo de Santiago. Em 1995 foi criada a Associação de Confrades Amigos do Caminho de Santiago de Compostela – Brasil, com sede em São Paulo, primeira entidade do gênero na América Latina, o que ajudou a promover a Galícia como destino turístico religioso. Também em 1995 Compostela foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, devido ao grande número de construções civis, militares e religiosas de muitos séculos, com seus estilos arquitetônicos românico, gótico, barroco, plateresco e neoclássico. A rota é considerada o mais extraordinário trajeto monumental de todo o Ocidente.
A cidade galega vive seus dias de fé desde que foi descoberta, no dia 24 de junho de 813 pelo monge Pelayo, no bosque Libredón pertencente ‘a diocese de Iria Flavia, uma arca de mármore, com os restos mortais de um homem. Foi o bispo Teodomiro quem setenciou ser o túmulo de Sant’Iago o Maior, filho do Trovão, vindo por mar até as terras galegas.Assim, sobre a antiga povoação celta, mais tarde ocupada pelos romanos, surgiu uma cidade em torno de um mausoléu. Sede da Xunta e do Parlamento da Galícia, Santiago de Compostela é hoje um importante centro administrativo, turístico e de serviços, uma cidade de história, mistérios e tradições. Foi o rei Dom Afonso II, o Casto, quem ordenou a construção de uma capela para a arca de mármore, mais tarde substituída por uma primitiva basílica, até que em 1075 foi iniciada a construção de uma catedral românica, que terminou em 1211 como o maior templo da Península Ibérica, e o mais importante monumento da arte espanhola da Idade Média. Foi o papa Calixto, em 1221, quem criou o Ano Santo Compostelano , iniciando a celebração do ano Xacobeo, o Ano Santo, cada vez que o dia 25 de julho cai em um domingo. Os que cruzam o portal do peregrino, ponto final de uma longa caminhada,cumprem também o ritual de abraçar o santo e receber um diploma tradicional. Quem perdeu a chance de ontem, vai ter que esperar mais 11 anos até que aconteça outro ano Xacobeo.Mas as festas especiais continuam até o dia 31 de julho. Graças ‘a simbólica rota jacobeia, considerada como o Primeiro Itinerário Cultural Europeu, foram assentados os pilares da civilização ocidental. O símbolo dos peregrinos é a concha da vieira e o cajado. Antiga sede episcopal e universitária, os cerca de 100 mil habitantes de Santiago de Compostela recebem turistas o ano todo na cidade contornada pelo rio Sar e separada apenas 34 quilômetros da costa. A capital do Apóstolo tem ao longo do ano uma grande oferta de eventos culturais, como teatro, cinema e atrações ao ar livre. No outono europeu são realizados os Encontros no Camiño de Santiago e o auditório no Parque da Música oferece concertos e shows. A Semana Santa leva milhares de fiéis ‘as procissões solenes, como o Encontro dos Silenciosos, prelúdio das festas da Ascensão, que acontecem em maio, caracterizadas pelas “pulpeiras” que se celebram na carballeira de Santa Susana e os ranchos folclóricos mostram o melhor da arte popular. Julho, como não poderia deixar de ser, é um sucessão de cerimônias religiosas, manifestações populares, desfiles de trajes regionais e espetáculos de bandas musicais. As festas começam dez dias antes, mas é na noite de 24 de julho que o Obradoiro fica iluminado com fogos de artifício e cores, em um espetáculo mágico, homenageando o Santo Apóstolo. Danças regionais e música na típica gaita de fole celebram a data. O Botafumeiro, imenso recipiente de prata puxado por vários padres, enche de fumaça de incenso a catedral, criando uma aura especial.ROTAS DA FÉAtravessar a Espanha a pé, seguindo de leste a oeste, faz parte do itinerário peregrino. O Caminho Francês é o mais popular, começando nos Pirineus, passando por Roncesvalles (por Navarra) ou por Aragon. As duas rotas se junta em Puente la Reina, para continuar até La Rioja e Castilla y León, em direção ‘a Galícia. O Caminho do Norte começou a ser utilizado pelos peregrinos que procuravam evitar o território ocupado pelos muçulmanos na Idade Média. Um dos grandes atrativos é a paisagem, com grande parte do caminho feito ao longo da costa, entre montanhas, deslumbrando o Mar Cantábrico. Há a possibilidade de seguir, a partir de Oviedo, pelo Caminho do Norte ou o Caminho Primitivo.Todas as rotas permitem descobrir as riquezas culturais e naturais da Espanha. E ninguém vai deixar de provar a culinária, também um verdadeiro culto em Santiago. Frutos do mar, com destaque para as centolas, lagostins, peixes da ria ou o polvo ‘a feira. Tabernas e restaurantes, casas de comidas, oferecem pratos com base em carne de porco, guisados de vitela, pimentos Padrón ou o lacón com grelos (porco cozido com batatas e brócoli), empadas de polvo, sardinha ou berbigão. Tudo acompanhado do bom vinho Albariño ou o especial Ribeiro, que tem denominação de origem própria desde 1976. Os queijos (de tetilla) são um creme, não curado, feitos com leite de vaca, e são servidos como entrada. A Tarta de Santiago, feita com amêndoas e açúcar, leva como marca a cruz do Apóstolo e as filloas, doce de ovos, açúcar e mel, são encontradas em torno dos Mosteiros de San Paio e de Belvís, preparados pelas freiras. Na região do Obradoiro, praça central em frente ‘a Catedral, as ruas mais centrais estão lotadas de lojas com lembranças de Santiago. Os trabalhos artesanais mais procurados são os de prata ou metal mais simples, repetindo conchas, terços, miniaturas do botafumeiro, além de amuletos celtas e peças em cerâmica colorida, típica da região. Nas lojas mais tradicionais ainda há peças em rendas de Camariñas. Não esquecer da aguardente, indispensável para as mágicas queimadas, festas com música e bebida, que acontecem a toda hora, quando chega a noite.






domingo, 25 de julho de 2010

É hoje!

É hoje o dia do santo! 25 de julho.

Ontem chegaram 1901 peregrinos em Compostela... quantos chegarão hoje?? Hoje é dia de festa em Santiago. Imagino que muitos fiéis vão tentar casar o fim de suas peregrinaçoes com o dia do santo. Vai faltar lugar na catedral...

Acompanhe as estatísticas e outras curiosidades sobre o caminho no site oficial da oficina dos peregrinos:

http://peregrinossantiago.es/

Abaixo uma reprodução do texto sobre o ano Jacobeu publicada neste site:


Compostela goza de un singular privilegio concedido por vez primera hacia el Año 1122.
Aunque la Bula de concesión más antigua, que conservamos, es la Regis aeterni del Papa Alejandro III fechada en 1179, en ésta se confirma el privilegio del Papa Calixto II (1118-1124). Este Papa, hermano de Don Raimundo de Borgoña y, por lo tanto, tío del rey Alfonso VII, fue un gran benefactor de la Iglesia de Compostela. El privilegio concedido, y confirmado por Alejandro III, consiste en que cada año que el 25 de julio, fiesta del Apóstol Santiago, coincide en domingo se podrán ganar en la Iglesia de Compostela en plenitud las gracias del Jubileo.

Año Jubilar = Año de Conversión.
Jesús comenzó su ministerio anunciando: El tiempo se ha cumplido, ha llegado el Reino de Dios. ¡Convertíos y creed la Buena Noticia! Y dice también que viene a anunciar un año de gracia del Señor (Lc 4,16).

Año Santo o Jubilar es un tiempo en que la Iglesia concede singulares gracias espirituales a los fieles a imitación de lo que la Biblia dice del Año Jubilar de los Israelitas: cada 7 años era Año Sabático, en él recuperaba las tierras quien las había vendido por necesidad y los esclavos adquirían la libertad. Cada 50 años era Año Jubilar (Lv 25).

Jesús dice que Él viene a anunciar un año de gracia del Señor (Lc 4,16). La Iglesia con el Año Jubilar concede también un especial año de gracia: El Año Santo es una gracia para todos y, singularmente, es una invitación a los que se encuentran distantes de una actitud de fe, para volver de nuevo a la vida cristiana. Los que necesitan médico son los enfermos (Mt 9,12), para volver al pastor de nuestras almas, si estamos descarriados (1 Pd
2,35).

¿Qué es el año santo?

  • Un tiempo privilegiado de gracia que la Iglesia nos ofrece para una renovación
    interior (conversión) de nuestra vida cristiana.
  • Una llamada desde Compostela a todos los peregrinos, para que escuchemos la Palabra de Dios predicada por Santiago, purifiquemos nuestro corazón de todo pecado y emprendamos el camino del seguimiento de Cristo, Luz del mundo.
  • Un jubileo, junto a la tumba del Apóstol Santiago, que nos hace participar de los
    bienes espirituales de toda la Iglesia.
  • Una concesión del perdón y la misericordia de Dios, por el valor infinito del sacrificio redentor de Cristo, por la oración y méritos de la Virgen María y de todos los Santos.

¿Qué nos Ofrece el Año Santo?

  • Expresar nuestra fe en Cristo Jesús. Luz del mundo.
  • Recibir el perdón y la misericordia de Dios.
  • Renovar nuestra vida cristiana a partir del Evangelio.
  • Alcanzar la gracia jubilar de la Indulgencia Plenaria.

¿Qué es la Indulgencia Plenaria?
La doctrina y la práctica de la Indulgencias en la Iglesia está estrechamente ligada a los efectos del sacramento de la Penitencia (ClgCnº 1.471). Es la remisión ante Dios de la pena temporal por los pecados, ya perdonados, concedida por la Iglesia, la cual, como administradora de la redención, distribuye y aplica con autoridad el tesoro de las satisfacciones de Cristo y de los santos.
Puede alcanzarse una vez al día y puede aplicarse por uno mismo o por los fieles difuntos.

Condiciones para ganar el Jubileo.

  1. Visitar la Catedral de Santiago donde se guarda la Tumba de Santiago el Mayor.
  2. Rezar alguna oración (al menos, el Credo, el Padrenuestro y pedir por las intenciones
    del Papa) Se recomienda asistir a la Santa Misa.
  3. Recibir los sacramentos de la penitencia (puede ser 15 días antes o después) y de
    la Comunión. Estos dos sacramentos realizan la conversión y el compromiso de amor con Jesús y nuestros hermanos. Ésta es la herencia de Santiago.

La gracia del jubileo consiste fundamentalmente en una indulgencia plenaria para el
perdón de la pena que merecen nuestros pecados.

sábado, 24 de julho de 2010

Todos os caminhos vão dar a Santiago de Compostela

A pé, de bicicleta ou de carro, este domingo todos os caminhos vão dar a Santiago de Compostela.

Seja para cumprir uma promessa depois da morte da esposa, como um reformado inglês, ou para celebrar o aniversário da mãe, como dois australianos, centenas de milhares de peregrinos são esperados este domingo na cidade galega.

Este ano celebra-se o Xacobeo, o ano santo, assinalado de cada vez que o dia de Santiago calha a um domingo.

“Nós planeamos tudo para assistirmos este ano ao dia do apóstolo que é também o nosso patrono. Ele chama-se Santiago e eu Tiago (Jaime, em espanhol)”.

Mais de 116 mil pessoas já cruzaram a porta do peregrino, cumprindo o ritual de abraçar o santo e de receber o tradicional diploma, caminhantes ou peregrinos.

O próximo Xacobeo só será assinalado dentro de 11 anos, razão para que as celebrações se revistam este ano de uma importância especial, com a presença agendada da família real, entre outras personalidades.

Em: Euronews

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Livre-se de todos os pecados no Ano Jacobeu

Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra. E quem os tiver que vá arrumando as malas. Como 2010 é considerado Ano Santo, ou Jacobeu - o que só ocorre quando o dia 25 de julho, dedicado a São Tiago, coincide com um domingo -, quem percorrer as centenas de quilômetros que levam a Santiago de Compostela, na Espanha, e passar pelo Pórtico da Glória até o fim do ano receberá indulgência plenária, o que em suma significa o perdão de todos os pecados.
A graça pode ser obtida em proveito próprio ou transferida a entes falecidos. Mas, para tanto, é preciso cumprir algumas condições, como visitar o túmulo do apóstolo na Catedral de Santiago, fazer uma oração em intenção ao papa, receber os sacramentos da penitência e da comunhão e, de preferência, assistir à celebração da Eucaristia.
Considerada a terceira cidade santa do mundo cristão, depois das rotas de Jerusalém (Israel) e de Roma (Itália), Santiago de Compostela deverá receber milhares de visitantes neste ano, especialmente no próximo domingo.
Desde a instituição do Ano Santo em 1122 - quando Calixto II, grande benfeitor da igreja compostelana, acrescentou a graça à Bula Papal, privilégio mais tarde confirmado por Alejandro III -, foram registrados 118 anos santos compostelanos.
A chamada Porta Santa, situada atrás da catedral, na Praça da Quintana, foi aberta aos peregrinos dia 31 de dezembro, durante cerimônia em que o arcebispo de Santiago derrubou com três golpes um pequeno muro de pedras que mantinha o portal fechado. Ela permanecerá aberta até o último dia de 2010. Depois, só em 2021.
Por isso, não perca a chance: prepare a mochila, arrume um cajado e pé na estrada - ou melhor, no caminho. Com tantos atributos naturais e sobrenaturais, pecado mesmo é não conhecer a Galícia.
Pecados à parte, Santiago merece visita a qualquer ano, seja ele jacobeu ou não. Afinal, para muitos, a chegada à catedral nem é o mais importante frente às vivências e reveladoras descobertas que se faz no decorrer do percurso. Isso sem falar nas belíssimas paisagens de cidades como Pamplona, Puente La Reina, Burgos, León e Ponferrada, entre tantas outras que, juntas, formam magnífico conjunto de montanhas, castelos medievais, casas milenares, praias, dezenas de igrejas e mosteiros, alguns deles erguidos há mais de 15 séculos.
O centro antigo de Pontevedra, por exemplo, é encantador. No verão, as belíssimas praias das Rías Altas e Rías Bajas desviam muita gente da rota em busca de um refresco. E em todos os pueblos pode-se experimentar a saborosa e barata gastronomia do Norte espanhol, rica em frutos do mar.
No vilarejo de Cebreiro, além de palhoças de pedra construídas por celtas 3.000 anos atrás, há uma igreja pré-românica que guarda o Santo Graal dos peregrinos, cálice em que teria sido depositado o sangue de Cristo. A vila fica no alto de uma montanha, 152 quilômetros a Leste de Santiago - para decepção dos leitores de Dan Brown e sua obra mais famosa: O Código da Vinci, onde o escritor defende a inexistência da lendária taça.
Já os aficionados por Paulo Coelho não devem deixar de visitar Cebreiro. O local é o preferido do autor de O Diário de Um Mago, que cumpriu o percurso a partir da cidade de Saint-Jean-Pied-de-Port, na França.
A chegada - Fora da ficção, outro destaque é o acervo arquitetônico que se contempla na chegada a Santiago, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Os dois monumentos mais significativos ficam na Praça do Obradoiro, onde encontram-se o Hotel dos Reis Católicos - um dos mais luxuosos da Europa - e a almejada Catedral de Santiago, coração da cidade e ponto final do trajeto oficial.
Logo na entrada da catedral, sob o Pórtico da Glória, você irá cruzar com 200 esculturas românicas do século 12, a estátua dourada do santo, a pequena cripta onde estariam seus restos mortais e uma fila de visitantes que esperam o momento de colocar sua mão na coluna central do portal e dizer: "Senhor, eu creio".
Enquanto aguarda a sua vez, observe o mármore da coluna, desgastado, com marcas profundas dos dedos dos fiéis devido aos incontáveis toques que recebe há séculos, diariamente. A construção iniciou-se em 1075, mas sofreu várias modificações, que resultaram em um harmônico conjunto de estilos.
Também vale aproveitar o dia para visitar a Igreja da Universidade, erguida em 1670 para jesuítas; os traços neoclássicos e barrocos do Monastério de San Martiño Pinario; o Parque Alameda e o Museu das Peregrinações, que reúne pinturas, livros de viagem e esculturas relacionadas ao Caminho de Santiago.
À noite, os badalados pubs, danceterias e bares com mesinhas nas calçadas lotam de jovens, mostrando que nem todo peregrino é, necessariamente, um santo... SC900,115
Novidades - O Ano Jacobeu impulsionou várias novidades em Santiago de Compostela. Uma delas é o hotel-butique Quinta da Auga, cheio de verde, que faz o hóspede se sentir transportado ao século 18 com sua decoração cheia de obras de arte e antiguidades às margens do Rio Sar, além de muito verde.
"A Espanha se mobiliza nos anos santos para deixar os albergues mais aconchegantes, com atendentes mais simpáticos", observa a consultora Katia Esteves, que acaba de retornar da décima peregrinação a Santiago de Compostela com a soma de 23.130 quilômetros a pé. "Fui para agradecer e fazer o levantamento do caminho francês, e percebi que desta vez as pessoas estão mais interiorizadas, mais voltadas ao ser do que ao ter, porque o caminho te ajuda a tomar atitudes irrevogáveis. É uma busca. Você se transforma em outra pessoa", filosofa Katia, que dá palestras sobre o percurso, presta consultoria à agência Pé na Trilha e alimenta o site www.momentounico.com.br com várias reflexões e dicas aos peregrinos.
Para ela, o caminho independe de religião, raça ou classe social. "É considerado um corpo de dragão com duas cabeças. Uma delas termina em Finisterre, que é o ‘fim do mundo'', onde os peregrinos queimam peças de roupa para simbolizar que agora são uma nova pessoa. A outra cabeça fica em Muxía, onde pega-se um pouco de areia e leva-se para casa como símbolo de que a vida renasceu naquele momento das suas mãos", completa a peregrina.
COMO CHEGARQuem pretende peregrinar em Santiago de Compostela deve evitar pacotes que levam direto à cidade. O ideal é tomar um avião até Madri, capital da Espanha, e depois seguir de trem ou avião até Pamplona, onde se tem acesso às conchas amarelas que sinalizam a rota jacobeia.
A Ibéria (www.iberia.com.br) oferece passagens de ida e volta para o trecho entre São Paulo e Madri com preços a partir de R$ 2.612. A tarifa pode variar conforme a disponibilidade de assentos e corresponde à permanência mínima de sete dias e máxima de três meses no país.
Santiago está ligada a Madri, a 600 quilômetros de distância, pela estrada A6. Também é possível ir de avião: a Spainair (www.spanair.com) opera voos diários da capital ao aeroporto de Santiago com preços a partir de 45 euros (R$ 103) . A viagem dura pouco mais de uma hora.
A TAP firmou parceria com o Projeto Momento Único para oferecer apoio a quem quiser trilhar o Caminho Português. Quem desembarcar na cidade do Porto pela companhia aérea tera transporte rodoviário gratuito para várias cidades da Galícia, como Tuy, Porrino, Vigo, Pontevedra, Caldas de Reys, Santiago de Compostela, Ribavadia e Orense.
CREDENCIALAntes de embarcar para a Espanha, o viajante deve adquirir uma credencial de peregrino na Acacs (Associação de Amigos e Confrades do Caminho de Santiago), com sede em São Paulo. Embora não seja obrigatória, ela garante acesso à rede de albergues. O documento é expedido gratuitamente mediante apresentação de cópia da passagem aérea para a Europa, número do passaporte e preenchimento de uma ficha. Durante o percurso, a credencial deverá ser carimbada em pontos específicos dos trajeto para que o andarilho possa comprovar sua peregrinação e ser contemplado com um certificado da Catedral de Santiago, chamado La Compostelana. Para ter direito ao diploma, é necessário percorrer ao menos 100 quilômetros do caminho a pé ou os últimos 200 quilômetros de bicicleta.
HOSPEDAGEMCom a credencial em mãos, o peregrino pode hospedar-se em dezenas de albergues disponíveis ao longo do trajeto, ao custo médio de 4 a 6 euros (R$ 9 a R$ 14) por noite nos municipais e de 7 a 9 euros (R$ 16 a R$ 21) nos estabelecimentos particulares. A maior parte deles possui cozinha equipada para os andarilhos prepararem sua própria refeição. Nos últimos anos, as prefeituras e associações espanholas têm procurado melhorar as condições físicas dos Refúgios de Peregrinos já existentes, além de construir outros mais. Eles geralmente fecham para limpeza pela manhã (entre 9h e 10h) e reabrem à tarde (por volta de 16h ou 17h). Para ficar, basta apresentar sua credencial. As pessoas ficam em beliches com colchão nu, onde você deve instalar seu seu saco de dormir. É obedecida a ordem de chegada, e atualmente 29 albergues já se adaptaram a ciclistas, com espaços reservados às magrelas e hospedagem nas mesmas condições dos caminhantes. Os banheiros tendem a estar sujos no fim do dia, mas vale a experiência de ficar em albergue para entrar no ‘espírito'' do caminho e conviver com os andarilhos, compartilhando desde comida até emoções.
SAÚDEO Brasil possui convênio com a Espanha através do INSS. Com ele os brasileiros previamente cadastrados ficam aptos a utilizar a rede de hospitais e serviços públicos de saúde espanhóis. De qualquer forma, vale contratar no Brasil um seguro de saúde internacional (vendido em agências de turismo).
INFORMAÇÕESAcacs (Associação de Confrades e Amigos do Caminho de Santiago de Compostela) - Rua França Pinto, 203, Vila Mariana, Tel.: 5549-6160. Site: www.santiago.org.br
Embaixada da Espanha no Brasil - (0xx61) 3701-1600.
Centro Oficial de Turismo Espanhol - Rua Joaquim Floriano, 413, 4º andar, conjunto 42, Itaim-Bibi, São Paulo. Tel.: 3675-2000.

Em Diário do Grande ABC, em http://www.dgabc.com.br/News/5822333/livre-se-de-todos-os-pecados-no-ano-jacobeu.aspx por Heloísa Cestari

Fé na bagagem e vaidade em casa

Além da fé - que pode ser no santo, nos poderes ‘mágicos'' do trajeto ou em si mesmo - e de um espírito armado de disposição e muita boa vontade para andar dezenas de quilômetros diariamente, algumas instruções devem ser seguidas rigorosamente a fim de evitar imprevistos no decorrer do percurso. A preparação, física e psicológica, deve começar ainda no Brasil, de preferência testando os próprios limites em uma caminhada mais curta, como o Caminho do Sol.
Na hora de arrumar a mala, também é preciso muita atenção. O ideal é que a bagagem pese o equivalente a 10% do peso corpóreo de quem irá carregá-la. Por isso, esqueça os cosméticos, secador de cabelo, acessórios, diversos pares de sapato e por aí afora. Lembre-se de que muitos apetrechos aparentemente imprescindíveis tornam-se perfeitamente dispensáveis quando se tem de transportá-los nas costas por centenas de quilômetros.
O arquiteto Ricardo Lopez Santos sentiu esta ‘mudança de valores'' na pele: "Comecei o caminho com 11,5 quilos na mochila e terminei com pouco mais de 4 kg. Descobri que, na vida, a gente carrega muita coisa nas costas sem necessidade".
Os detalhes começam no próprio modelo de mochila escolhido, que deve ter correias grossas na cintura e nos ombros, além de prendedor no peito para que o peso não sobrecarregue a parte de cima da coluna. Também é aconselhável que ela apresente bolsos laterais e possa ser aberta por baixo, a fim de que não se tenha de tirar tudo da mochila para pegar algo que esteja no fundo.
Dentro da bagagem, não esqueça de reservar espaço para um saco de dormir que seja leve e capaz de proteger contra o frio, de até 4ºC negativos no inverno.
No verão, bermudas leves e fáceis de secar são imprenscindíveis. "Muitas pessoas sofrem de insolação por estarem com roupas inadequadas, como calça jeans, que é quente e pesada", observa a consultora de viagens para Santiago de Compostela Katia Esteves.
As roupas e demais objetos devem ser levados dentro de sacos plásticos para não molharem em momentos de chuva. E o calçado deve ser o mais confortável possível, sendo recomendados tênis ou botas de trekking, que suavizam o impacto com o chão diminuindo o risco de bolhas, torções, tendinites ou cansaço na planta dos pés. Outra dica: amacie-os antes de viajar e use sempre meias sem costuras.
Cantil de água, lanterna de bolso, caderno para anotar as vivências, cajado para apoio e defesa, chapéu de aba larga, kit de primeiros socorros e algum pequeno objeto cortante (como canivete ou tesoura) também não devem ficar de fora da mochila, conforme recomendações da Acacs (Associação de Confrades e Amigos do Caminho de Santiago de Compostela).
Comida boa e barataJá que a passagem pelo Pórtico da Glória garante a redenção das faltas, aproveite para cometer todos os pecados da gula pelo caminho. Dezenas de estabelecimentos espalhados pelos povoados, desde quitandas até restaurantes de luxo, oferecem refeições completas a preços pra lá de convidativos.
A região da Galícia é grande produtora de carne, cereais e vinho, e os pratos à base de frutos do mar fazem o maior sucesso por lá. Com nove euros (cerca de R$ 20), é possível beliscar tapas, provar uma das especialidades do cardápio e ainda tomar uma taça de vinho espanhol.
Vários locais também oferecem o chamado menu peregrino, com preços promocionais para quem apresenta a credencial. E o espírito de solidariedade que envolve o caminho também leva muitos habitantes dos pueblos a manter a tradição de séculos em cuidado aos peregrinos oferecendo comida e bebida gratuitamente aos mais necessitados.

Extraído de Diário do Grande ABC em:http://www.dgabc.com.br/News/5822335/fe-na-bagagem-e-vaidade-em-casa.aspx
por: Heloísa Cestari

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Conselhos para novos peregrinos

Muitas pessoas pedem dicas, e eu vou respondendo... resolvi fazer um post só destas dicas:

Tenho sim muitas dicas... a maioria fui colocando no Blog que criei para acompanhar as noticias do caminho e de minhas duas viagens por ele.
De toda forma posso resumir assim:
Na verdade um email é pouco para tantas dicas que se pode dar... Vou limitar as mais importantes e que acho que podem realmente fazer diferença.
A primeira é a escolha do caminho que quer fazer e se vai fazê-lo pelo caminho ou pela estrada.
Eu faço pelo caminho e só recorro ao asfalto em casos críticos, mas é comum ciclistas fazerem o caminho todo pelo asfalto.
O Caminho de Compostela, na verdade são vários... você deve escolher qual rota pretende fazer considerando a distância, número de dias disponíveis, relevo, estrutura e grau de interesse.
O mais famoso é, sem dúvida o caminho francês, que conta com excelente estrutura, uma dificuldade média e leva cerca de 13 dias para ser feito de bike – 800 km.
A bicicleta, de regra geral, deve ser uma mountain bike, de alumínio (ou carbono, se puder), com suspensão dianteira apenas e alforjes na traseira. Mas isso depende do que você pretende fazer exatamente. Veja bem: Eu uso a mountain de quadro rígido, apenas com suspensão dianteira pois uso os alforjes bem carregados atrás, então uma bike full não me serve. Pois elas suportam apenas entre 10 e 15 quilos de carga nos bagageiros de canote. Mas para quem for despachar a bagagem ou viajar com carro de apoio você pode ir com uma full, pois não levará alforjes. Alforjes dianteiros ou carretinhas não são necessários, pois há tudo que se precise durante o caminho então não precisamos levar muita comida, roupas nem barraca.Se você optar ir pelo asfalto pode usar uma bike mountain com pneus mistos ou lisos, isso melhora o desempenho, mas adianto que a viagem por asfalto é bem sem graça, ainda que a maioria dos ciclistas opte por este caminho por ser bem mais fácil, principalmente nas subidas. É bastante comum ver europeus de speed, lotados de alforjes e carretinha, mas eles percorrem distâncias muito grandes toda pelo asfalto. Para quem vai fazer só o caminho isso não tem graça.O caminho é composto de trilhas, estradinhas e um pouco de asfalto. Temos trechos com buracos, pedras e outros bem lisos, por isso uma mountain com pneus de trilha é a melhor opção.Quanto ao quadro e componentes vai depender de seu poder aquisitivo. Quanto mais leve e melhor o conjunto mais conforto na pedalada e, principalmente mais facilidade no transporte aéreo. Componentes devem ser no mínimo shimano ou superior, são mais leves e te dão segurança. Quadros de ferro, cromo ou de ligas de alumínio muito pesadas vão te dar dor de cabeça nas subidas muito íngremes e, principalmente, no aeroporto, onde a bike mata parte de sua franquia de bagagem. Quanto aos alforjes, eu prefiro os mais simples, de compartimento único ou com um ou dois bolsos apenas. Uso os da Ortlieb, mas só se acha na Europa e não é barato, mas ele é um único compartimento, 100% estanque e com um engate rápido e seguro no bagageiro. Os da Deuter são uma boa opção também, pois tem o engate rápido, são de muita qualidade e tem boas capas de chuva.Não encha a bike de acessórios que vão demandar um tempo para montar, desmontar, mais peso pra carregar, mais coisa pra cuidar. Deixe a magrela o mais pelada possível. Mas é bom ter: campainha, para alertar peregrinos da sua chegada, odometro ou GPS para marcar seu desenvolvimento, uma lanterna que será usada a noite nos albergues.Vá cedo... se pretender ir no ano que vem, algo como abril, maio ou no máximo início de junho. Este ano é ano santo e tudo está incrivelmente lotado. Por isso se planeja ir ainda este ano, deixe para o fim de setembro ou outubro. Depois disso é muito frio para nós.
Veja logo sua passagem e defina roteiro/datas/vôos. Com isso você se garante e não corre o risco de adiar a viagem.Quem se previne pode até perder alguma promoção, mas garante viajar quando quer viajar e não quando der pra viajar.Leve pouca coisa e muita roupa de academia – tecidos inteligentes de esquentam e refrescam de acordo com a necessidade e não retém a umidade. Tem uma lista do que eu levei este ano postada no blog que pode te dar uma idéia do que levar.Leve saco de dormir e esqueça a possibilidade de usar os lençóis dos albergues, embora alguns tenham lençóis descartáveis para evitar contágios. Se tiver sono leve, tenha consigo um Ipod para dormir.Não se preocupe com o trajeto. Chegando em Saint Jean (início do Caminho francês) você vai achar uma flecha amarela... (Ou na cidade de partida de qualquer uma das outras vias) basta segui-la até Santiago. É infalível. Leve um bom guia para conhecer eventuais desvios e decidir qual rota pegar e ter uma noção de qual a próxima cidade, com isso programar saídas e paradas. Os mapas servem mais pra isso do que pra guiar, pois isso as setas amarelas fazem.Se não achar um guia aqui você compra lá, tem muitos e mais baratos. Aqui os bons custam cerca de 80 a 100 reais. A vantagem de ter um guia aqui é para se programar, mas nas cidades de partida você encontra. Eu hoje recomendo os guias da El Pais Aguilar.Não existe nenhum guia nacional. Só o do L Ripol, mas é muito fraco, mesmo, embora seja barato.Chegando em Santiago diga que fez o caminho por motivos religiosos ou por motivos religiosos e turísticos. Se escolher “outros” vai receber um certificado em espanhol de que viajou até Santiago... NÃO é a Compostelana, esta só é dada a quem faz o caminho por motivos religiosos. É um documento diferente e escrito em Latim.A comida é como a nossa... escolha sempre o menu peregrino que inclui uma entrada (salada ou massa) o prato (uma carne ou peixe) sobremesa (Geralmente um sorvete) e água ou vinho (geralmente LIVRE). Pergunte, pois as vezes dá pra tomar mais de uma garrafa na mesma conta... A coca você paga, o vinho está incluído... imagina em que astral você vai caminhar??
O gasto médio é de 50 euros por dia, mas eu, como compro muita coisa pelo caminho, contei 100 euros por dia.
Para dormir você gasta uns 15 euros, para comer – duas refeições e um café – gasta uns 25 euros, para outras coisinhas gasta mais 10. Compre uma passagem para Sua cidade/Madrid/Pamplona//Santiago de compostela/Madrid/Sua cidade deve sair uns 1000 euros. Vá de Ibéria pois eles são os que mais se adéquam as nossas necessidades, já que tem as conexões necessárias. Mas dá para fazer por outras cias e até de trem, mas eu acho que não vale a pena. A Ibéria deu pra cobrar 75 euros para transportar a bike... independente do peso. Isso lhe abre a possibilidade de viajar com mais peso além das duas malas... mas como vai viajar de bike, isso só interessa na volta.
Leve pouca coisa!!! Diminua a lista 3 vezes... dá pra fazer.
Tem lavanderia em quase todos os albergues.
Você gasta uns 2000 euros para fazer o caminho, bem feito... o resto é com você... mais compras, mais conforto, mais sorvetes, mais vinho, mais vinho, mais vinho...Não se preocupe com nada... tem uma cidade a cada 5 km, tem milhares de pessoas como você fazendo a mesma coisa, tem muitos brasileiros no trajeto vivendo ou peregrinando, após o 2º dia a coisa entra numa rotina que funciona por si só. Meta as cara e vá com Deus. Com certeza você vai ser mais um divulgador do caminho e, pode apostar, vai querer voltar.

CRESCIMENTO DO NÚMERO DE ALBERGUES NO CAMINHO

O número de albergues no Caminho de Santiago cresceu 53% nos últimos cinco anos. O Caminho Francês, rota mais movimentada [77,5%], possui o maior número de leitos da história: são 10.645, distribuídos por 242 albergues. O preço médio do alojamento é de €$ 6,5, em média, com distância média, entre eles, de 6,3 km.
O Caminho de Santiago não só vem sendo poupado da crise, como vem mantendo a curva ascendente de peregrinos, ano a ano, desde 1999, atingindo marcas históricas a cada Ano Santo [o último foi em 2004]. Em 2009, segundo dados da Oficina de Peregrinos da Arquidiocese de Santiago, foram 145.877 pessoas, aumento de 20.736 pessoas em relação a 2008 (acréscimo de 16,6%). Mas estas cifras serão mais impressionantes em 2010, já que se trata de Ano Santo. Em janeiro passado, foram 1.156 peregrinos, contra 520 em 2009 (aumento de 122%), o que leva à suposição de que até o final do ano serão mais de 200.000.
Tal movimento está por trás do aumento da oferta de abrigos. No Caminho Francês, a média é de 14 leitos por quilômetro, encontrando-se maior densidade na região da Galícia (18,9 leitos por quilômetro). Dos 242 albergues, 79 são públicos (33%), 130 privados (54%) e os 33 restantes são mantidos pelas paróquias, ordens religiosas, associações de pessoas com deficiência, etc..
Embora o preço médio seja de €$ 6,5, ele é mais alto nos albergues localizados na Galícia (€$ 7,7 em média) e mais baixo na província de Castilla y León (€$ 5,7). Os albergues privados custam, em média, €$ 7,7, enquanto o preço dos públicos e religiosos fica abaixo dos €$ 6. 34% do total de albergues chegam a custar €$ 5 ou menos e 15% ainda funcionam no velho esquema de “doações”; apenas 2% cobram acima de €$ 10.
No trajeto entre Saint Jean Pied de Port e Santiago, calculou-se um gasto médio de €$ 29 por dia, considerando-se uma média de 31 dias para percorrê-lo, o que leva a um total de €$ 899.
135 abrigos (56%) estão abertos todo o ano. Os 107 restantes ou fecham apenas no inverno, ou abrem desde a Páscoa até o final de outubro ou início de novembro ou estão disponíveis apenas durante os meses de verão. Em 44% dos alojamentos (a grande maioria dos privados) é possível reservar um lugar.
Seis em cada dez albergues têm cozinha para uso dos peregrinos e 80 (33%) deles servem refeições seja no próprio albergue, seja em estabelecimento vinculado ao mesmo. No início de 2010, 193 albergues (80%) permitem a guarda de bicicletas dentro do imóvel ou em outro espaço fechado. 54% oferecem acesso a internet.


Do site da Fundación Eroski, http://caminodesantiago.consumer.es

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pedalando para Rota Catalã

Os amigos Flavia & Miguel Angel acabam de fazer 400 km da Rota Catalã do Caminho de Santiago.
Nas palavras da Flávia: "Uma vez mais me deliciei em descobrir los "secretos destas tierras hispanicas" que me tienen enamorada!!Foram 400km pedalados no Caminho de Santiago Catalán e pela Ruta do Ebro GR99, por 4 Comunidades. Saimos em Lleida (Cataluña) com premio de chegada em Logroño (La Rioja) ... queríamos seguir pedalando até Compostela... pero hay que trabajar... "
Segue um dos vídeos com belas imagens da pedalada.
Boa sorte para o casal!
Abraços

quinta-feira, 27 de maio de 2010

30 dias!

Hoje faz trinta dias que chegamos em Santiago... Ano Santo, estavamos lá, felizes, cheios de realizações: 750 km de bike, desde Lisboa.
Muito legal... quero voltar!


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Enfim, SANTIAGO DE COMPOSTELA




Se fosse um dia qualquer voltariamos a dormir quando acordados as 6 da manha pelo continuo barulho de malas sendo arrumadas (Sao os peregrinos que madrugam com o objetivo de caminhar o maxim possivel longe do sol do meio dia). Ocorre que nao eum dia qualquer, e o dia de chegar a Santiago e acordar mais cedo significa chegar la mais cedo... Assim levantamos junto com eles e começamos a nos arrumar.
Logo estamos na estrada e constatmos que temos problemas... primeiro um e logo sao dois os raios quebrados do Nicolau... mais uma vez vamos na ponta dos dedos ate a proxima cidade onde podemos consertar a roda. Caldas de Reis e uma cidade pequena mas funcional e logo na entrada encontramos uma lojinha... apos esperarmos o mecanico tomar seu cafe da para so entao arrumar a bike, saimos um uma hora de atraso no nosso relogio. Mas o fato e que saimos cedo e o caminho ate Santiago e bem facil, donde conseguimos cumprir nossa etapa ate as 15 horas.
As 16 ja estavamos com as compostelanas... as 17 ja estavamos no hostal Mapoula, o mesmo de 3 anos atras, as 18 jas estava com nossas malas resgatadas da agencia de correio.
Ate aqui tudo perfeito.
750 km total.
1 pneu furado
1 corrente arrebentada
5 raios quebrados
nenhuma queda, roubo, machucado, lesao... o cansaço e grande, a saudade de casa gigante, as dividas devem ser ainda maiores, mas valeu a pena.
Ano Santo Compostelano, estivemos aqui.
Valeu! Obrigado a todos que apoiaram de qualquer forma, mesmo que nao atrapalhando.
Valeu familia, que no fim e quem se importa sempre conosco.
Valeu Nicolau pela bravura com que encarou a pedreira, do começo ao fim.
Valeu Cris e Rafa, que pacientemente ficaram para tras enquanto eu ia em busca de um objetivo... espero poder compensa'las, breve.
Amo vocs e vou traze-las pra ca muito breve.

De Valença a Pontevedra - 11o. dia


Nem conhecemos Valença... uma pena, pois parece ser uma cidade linda com muito para se ver... mas o fato e que ontem chegamos podres e hoje estamos com pressa para nao ficar no mesmo sufoco de ontem.
Saimos em direçao a Tui, na Espanha, que era nosso destino ontem. A travessia do Minho se da sem burocracia alguma, com a simples passagem da ponte. O caminho alterna pequenas subidas e muita troca de piso... terra, saibro, alfalto, pedras e pedras soltas.
Fomos bastante rapidos e num ritmo confortavel chegamos em Pontevedra apos 65 km de pedal.
O albergue de Pontevedra estava cheio de peregrinos, quase na sua capacidade. isso porque e um dos primeiros do caminho que fica na distancia minima indicada para os peregrinos que planejam receber a compostelana.
O albergue e bastante bom, mas fora do centro.

O Inferno da Labruja


Talvez seja ate pecado falar de inferno em um caminho santo, mas o fato e que a serra da Labruja e o proprio inferno para quem vai passar por ela de bike. Empurra'se para cima, empurra'se para baixo, mas num piso bem ingrime e atulhado de pedras soltas. Este foi se duvida o pior dia de toda a viagem. Tambem nao almocamos pois o tempo parecia nao querer que chegassemos em Tui, e nao chegamos mesmo. Chegamos quase 8 horas no albergue de valença, depois de sair do caminho nos ultimos 10 km para ganhar tempo. O albergue compensou a dureza do dia... limpo, novo e o melhor, so pra nos.
Para o caminho portugues deve se guardar este nome: Labruja ' O Cebreiro de Portugal.
Resumo:25 de abril
pedalados 75 km
Barcelos ate Valença

9o. dia - Porto - Barcelos



Dia pesado em que para cumprir o planejado tivemos de pedalar sem o intervalo do almoço. O esforço valeu a pena pois conseguimos chegar em Barcelos ainda no fim da tarde e aproveitar para ver um pouco da feira da festa das cruzes que ocorria na cidade.
A distancia nao foi tao grande... apenas 65 km, mas a constante variaçao de calçamento e a busca pelo caminho certo nos fizeram perder bastante tempo. Sem contar que a saida do albergue da juventude e a pedalada ate a Se do Porto nos tomaram cerca de uma hora.
Na saida do Porto conhecemos o Joao Galvao, um cicloturista de lisboa que esta organizando um blog com diversas dicas dos caminhos de Santiago que ja fez. mais tarde vou postar o link do blog dele aqui.
Antes de chegar em Barcelos passamos na bela Capela da Franqueira. Foi uma subida extra, mas valeu a pena pela beleza da capela somada a bela vista que se tem do alto do morro - De um lado Barcelos, para onde vamos e do outro a freguesia de Milhases.
Nesta capela existem peças que foram talhadas na pedra por José Fernandes Barreto, escultor português bisavo da Cris, minha esposa... (nas fotos a capela e minhas pequenas visitando-a comigo) Foi muito legal estar lá... queria que voces estivessem aqui tambem. Bateu uma saudade muito grande de voces. Em Barcelos ficamos em um hotel central e muito bom... o Bagoeira. Ali tambem jantamos, pois e o restaurante mais concorrido da cidade.
Depois fomos aproveitar a festa da Cruzes com parque de diversoes, fogos, show e feira que vendia desde antiguidades ate coisinhas chinesas de 1,99.
Claro que as compras ficaram de fora pois nossa bagagem e controlada pelo nosso desgaste fisico.
Aqui também rolou uma saudade, já que lebrei o tempo todo de tudo que o lado portugues da familia mandou ver e visitar... algumas coisas sao imperdiveis, outras nao deu tempo, fica pra proxima, quando viermos juntos... Mas vi o enforcado, a catedral, a famosa feira e a festa das cruzes... Rezei por todos nos na missa. Saudades.

8o. Dia - Mealhada - Madeira

Com certo atraso vou colocar aqui o que foi feito, mais para constar do que para informar, haja vista o atraso na postagem.
23 de abril
Sao Joao da madeira - Porto
Antes das oito o Nico saiu de Taxi para o Porto onde foi procurar alguem para arrumar sua bike e eu sai sozinho para fazer os 34 km entre as duas cidades. De inicio ja foi surpreendido por uma mudança de clima radical... o sol dos ultimos dias deu lugar para uma garoa forte acompanhada de bastante frio. Fui pedalando de jaqueta e de segunda pele ate quase chegar no Porto. Outro imprevisto foi o tamanho do erro do guia. Todos os dias encontramos uns 5 ou 10 km a mais em nossas contas pois temos rodado dentro das cidades e isso sempre aumenta as kilometragens de uma forma nao contabilizada no guia. No entanto hoje o percurso era pequeno, 34 km e devia ser feito em cerca de 3 horas e meia, com pausas para fots incluidas. No entanto levei mais de 4 horas e meia para chegar no albergue da juventude do Porto e pensei que meu ritmo havia despencado - nao sem razao, pois e um trecho bastante duro. Mas quando verifiquei o GPS descobri que havia pedalado 45 km, 11 a mais do previsto no guia.
No Porto fomos almocar na Ribeira e depois fomos tomar os famosos digestivos nas caves produtores.
Mais tarde encontramos a aniga Carol e seu marido e aproveitamos para jantar em um tipico restaurante da cidade.
O trecho do caminho merece destaque pelo quilometro rodado em uma calçada romana legitima e muito bem conservada.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

7o. Dia - Mealhada - Sao Joao da Madeira - 80 Km


Hoje foi puxado... saimos as 9hs e so chegamos nos Bombeiros Voluntarios de Sao Joao da Madeira as 19:30... depois de pedalar por mais de 80 km por trilhas, estradas rurais, ciclovias e ruas urbanas. Saldo: 3 raios da roda traseira do Nicolau quebraram e nao encontramos estes raios aqui para substituicao... com isso amanhã eu vou sozinho ate a cidade ddo Porto pelo caminho e o Nicolau vai de taxi com a bike. Não vamos arriscar dele pedalar com a bicicleta carregada assim.
Dia 22;04;2010
Saimos cedo, para variar, e seguimos em direçao a Sao Joao da Madeira. A trilha foi razoavelmente facil, mas o peso da nossa bagagem, provavelmente, fez com que rompessem tres raios da bike do Nicolau o que nos criou um breve contratempo.
Chegando bem devagar a S J da madeira, para evitar novas quebras, nos dirigimos aos bombeiros voluntarios, que ficam uns 4 km distantes do centro. Em seguida fomos ao moderno shopping da Cidade - 8a avenida - onde espaeravamos arrumar a bike na loja da Sportzone, mas nossa intençao foi frustrada pela falta da raios na medida do aro do Nicolau - 29.
Impossivel nao lembrar da Cris com a quantidade de lojas de crianças que tinha neste shopping. Quando viermos temos de passar por aqui... mas desta vez não dava pra carregar nada entao nem pude parar pra ver... me desculpe.
Jantamos e fomos para nosso alojamento.
Dormimos no ginasio, como nas duas noites anteriores, .mas a sede dos bombeiros aqui e mais nova.

Resumo
Mealhada - Madeira
KM pedalados 83
Almoço em Albergaria a Velha

Hoje passamos por regiões muito bonitas, talvez as mais bonitas ate agora. Muitas flores, bosques, condominios ajardinados, cidades antigas... diferente das belas quintas da região do Tejo, mas aparentemente uma região mais rica.

Hoje acumulamos 350 km rodados... considerando que falta 230, em tese, mas que sempre sobra um pouco depois de acabar o dia, acredito que vamos fechar com 700 km no total.

pelas minhas contas e pelo nosso cronogram falta ainda fazer Porto > Barcelos > Tui > Pontevedra > Santiago de Compostela... vai ser puxado, principalmente nos dois ultimos dias, mas acho que vamos dar conta do recado.

amanhã o Nico vai fazer um descanso forçado e eu tambem descanso, pois sao so 30 km entre Madeira e o Porto.
saudades de todos, em especial de vocês Cris e Rafa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Hoje fizemos 75 km, por enquanto foi a maior distancia percorrida em um dia.
Passamos pelos mais diversos tipos de terrenos, mas em especial por bosques com cara de conto de fadas.
Na foto a bike descansa enquanto esticamos as penas entre um atoleiro e outro, pois apesar dos dias lindos, ainda encontramos muita lama por conta das chuvas intensas que ocorrem toda noite.
Aproveito as paras para comer um biscoito LU, tomar uma coca e matar a saudade da familia. Lindas peregrinas que visitam o caminho sem sair de casa!
Gostaria de poder mostrar melhor como é o caminho, mas e difical carregar as fotos pois a internet e um lixo.
Estamos a dormir em um ginasio dos Bombeiros Voluntarios de Mealhada... cidadezinha distante 20 km de Coimbra.
Em Coimbra que almoçamos hoje ficamos apenas 3 horas... muito, muito pouco para sequer ver o que e a cidade... muita coisa bonita que nem conseguimos chegar perto. Este e o problema de se fazer tanta coisa em tao pouco tempo, apenas uma pincelada de cada coisa e olhe la...
A cidade parece linda. A universidade e a antiga catedral tem mais de 800 anos. Lindas.
Esta cidade em que estamos e bem pacata... tanto que nem sei se consigo enviar este email hoje...
Os bombeiros nos recebem muito bem,mas sao acomodacoes simples, tal qual os albergues de peregrinos na Espanha, com a diferença que as vezes toca uma sirene e uma ambulancia sai em disparada de algum lugar distante apenas 5 metros de seu quarto.
O quarto no caso e assim - Em Golega era um quarto coletivo, com camas e banheiro privativo, mas ficamos so eu e o Nico.
Ontem era um salao, como um salao de eventos, com alguns colchoes podres para por no chao entre nossos sacos de dormir e o piso de tacos. O banheiro era o mesmo dos bombeiros, bom, mas distante uns 30 metros de onde estavamos... entre o banheiro e o nosso quarto estavam os caminhoes e as ambulancias... serio!
Hoje vamos dormir em um ginasio... destes de jogar bola. Agora mesmo os bombeiros estao batendo uma bola la, mas assim que forem embora podemos esticar os sacos em uns colchoes podrinhos e dormir.
Banheiro coletivo do proprio ginasio... nao e ruim, mas tb nao e bom.
Ontem dormiram conosco dois peregrinos franceses e hoje tem um casal da Austria, outro da Polonia, um italiano e um tcheco sozinhos, sendo que estes dois tem uns 30 anos e os demais uns 60 ou mais... (o Tcheco esta viajando a pe desde dezembro e ja andou 3000 km...)

terça-feira, 20 de abril de 2010

5 dia - Fatima - Asioes


A saida de Fatima compensa a chegada dificil... dos 45 km que percorremos pelo asfalto para retomar o caminho em Alveizarie, foram uns 30 em descidas, o que, apesar das subida tambem presentes, melhorou muito nossa media do dia.
Hoje pedalamos tambem 65 km, de Fatima a te Ansioes. Os ultimos 20 km foram pelo caminho que envolveu um pouco de estradas rurais pavimentadas e outro tanto de terra.
Hoje o dia foi quente desde de manhã, so chovendo agora pouco, quando ja estavamos instalados.
Hoje vamos dormir no chao de um salao no corpo de bombeiros... outros peregrinos franceses nos fazem companhia e a trilha sonora, ja que roncam de forma ritmada.
Como sempre nao se paga nada para dormir nos bombeiros, mas as condiçoes são de dormir no chao com um colchao de 1000 anos...
Muita saudade da minha filha... tentei falar com voces mas foi impossivel.

Golegã - Tomar - Fatima


Este trecho teve muito asfalto e muita subida. Chegar ate Fatima foge do caminho tradicional portugues, por isso saimos de golega e fomos a Tomar pelo caminho, que ja inclui boas porçoes de lama, asfalto e subidas e la chegando tomamos a nacional (BR dos portugueses) com destino a Fatima. Uma subida so de mais de 30 km, com alguns pontos parecidos com as serras do Brasil. Bemmm pesado.
Chegando em Fatima pensamos em ir a Alcobaça, mas a subida nos quebrou de tal forma que optamos em descansar no Santuario o resto do dia.
Pedalamos 67 km, sendo boa parte em asfalto e subindo.
Tempo bom mas frio no comeo do dia.
Em Fatima ficamos no Hotel Recinto, ao lado do santuario, 100% novo e com excelentes acomodaçoes e preços.
foi um dia mortal... muito cansaço, mas nao me deixei abater. fui a missa rezar por todos nos. imagino que a missa de Fatima deve ter uma energia maior que as da igreja dos passarinhos. Rezei por tods, em especial pela Cris e pela Rafa.
Saudades.

domingo, 18 de abril de 2010

Azambuja - Golegã


3º dia - Azambuja Golegã - 60 km
Hoje o dia começou úmido e não demorou a chover muito. Foi um trecho bem duro entre Azambuja e Santarem. Quase na saída enfiamos as bikes num terrível lodaçal que travou tudo. Logo estava chovendo e só conseguimos lavar as bikes quando a chuva quase já tinha feito o serviço. As bikes que já rangiam do pedal de ontem agora nem paradas ficam quietas. Tiramos o grosso da lama e prosseguimos encharcados até Santarem. Lá o tempo abriu e fomos aproveitar para conhecer a casa e o túmulo do Pedro Alvares Cabral. Santarem é uma cidade linda e tem muito para se ver, mas logo estavamos na estrada de novo pois nossa etapa ainda tinha mais 30 km até Golegã que fizemos pela rota do vinho do Ribatejo. Um caminho lindo entre vinicolas que passa por pequenas cidades bem tradicionais.
Aqui em Golegã ficamos hospedados nos Bombeiros Voluntários (ZERO euros) e jantamos no Camping da cidade (15 Euros com sobremesa, vinho e café). Ambos excelentes pedidas.

Resumo:
3º dia de pedal
Azambija - Golegã
60 KM - Saibro, terra e asfalto
Chuva e sol, ambos intensos
Hoje já vimos dois peregrinos para Santiago e dezenas para Fátima.

Lisboa ~ Azambuja


60 km de muita lama, estradas esburacadas, mas de visuais lindos... a nossa primeira etapa foi assim.
Na saida de Lisboa tudo ia bem, seguindo pela bela ciclovia da Expo até sair da cidade... foram 10 km em 30 minutos e na sequência 30 minutos para fazer 2 km empurando a bike em uma lama pastosa e grudenta que travava toda a bike.
Depois disso fomos alternado lama grudenta com lama não grudenta até as 15 horas quando paramos para almoçar. Em seguida lavamos as bikes em um chafariz - onde arrebentou a corrente do Nico - e depois conseguimos render um pouco mais em caminhos de saibro até chegar na bela Azambuja. Cidade pequena onde não conseguimos albergue nos Bombeiros, que sequer carimbaram nossas credenciais, mas fomos bem recebidos na Hotel Flor da Primavera (35 euros) e depois jantamos no Palacio Real (15 euros com vinho).

Resumo:
Pouca chuva, Pouco frio ~ Tarde com sol.
60 km
Lisboa (parque das Nações) - Azambuja

sexta-feira, 16 de abril de 2010


E amanhã! Amanhã saimos para Santiago. Primeira etapa ate Fatima, depois Coimbra, Porto, Barcelos e Santiago finalmente.

Hoje fizemos a saida de Lisboa. Ja estamos com 12 quilometros rodados, da Se de Lisboa ate o Parque das Nacoes, na saida da cidade.

E pouco mas ja e um começo...

Amanha tem mais.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pasteis de Belem

Hoje foi um dia de turismo> Fomos a Torre de Belem, Padrao dos descobrimentos, Mosteiro dos Jeronimos, Museu nacional dos coches, e, e claro, os famosos pasteis de Belem.
Mas de importante para nossa peregrinacao conseguimos hoje o carimbo da Se de Lisboa, o ponto de partida oficial do Caminho Portugues para quem começa em Lisboa.
Hoje ainda enviamos nossa bagagem para Santiago, onde esperemos recebe-la no dia 27...
Amanha sera o dia de nos despedirmos dos amigos portugueses (ou simpatizantes destes) tais como a Leticia Busarelo, o Adriano e o Alex. Alem disso devemos visitar ainda alguns pontos e passar na Sportzone para comprar uns ultimos acessorios importantes e na Vodafone resolver pendencias de nossa conexao com a Web.
E isso... bjs a todos.
Especial para a Rafa e a Cris!

Família faz falta...

Hoje bateu muita saudade de casa... mais do que eu esperava. Quero traze-las pra cá... sinto muita falta de minha pequena família... beijos.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Bikes Prontas!

O caminho mesmo so começa sabado, mas hoje ja deixamos as bikes montadas e com os alforjes regulados.
Os alforjes nos compramos na Bikeiberia (www.bikeiberia.com) e são, obviamente, os melhores do mundo, da Ortlieb (www.ortlieb.com.de).
Hoje choveu o dia todo, o que nos da uma ideia do que vamos encontrar pela frente. Mais um motivo para comprarmos os alforjes da Ortlieb, ja que sao os unicos que sao 100% estanques e vao garantir nossa bagagem seca independente das condiçoes de tempo que venhamos a encontrar.
Fora isso ja fizemos a montagem e regulagem das bikes e mais uma vez os mala-bikes da Caratuva (alem de um 5 metros de plastico bolha) garantiu o perfeito estado da bike, aros e cambio.
De turismo hoje visitamos toda regiao do Chiado, onde jantamos ontem, visitando entre outras coisas a Igreja de Santo Antonio, onde nasceu o proprio, a Se de Lisboa, onde carimbamos nossas credenciais alem do elevador de santa justa, praca do mercado, cafe 'a brasileira' e outros pontos importantes do centro.
Beijos para a Rafa... estou com saudades.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Estamos em Lisboa!




Enfim, deois de 26 horas de vaigem estamos em Lisboa.
Acabamos e entrar no Hotel Olissip5 horas do Marques de Sa... logo mais vamos montar as bikes e sair para testar se ocorreu algum dano, alem de passar buscar os alforjes que encomendei pela internet.
A viagem correu bem, exceto pelo excessivo tempo perdido nos aeroportos... Em Curitiba foi rapido, cerca de uma hora. Em São Paulo foram mais de espera, sendo mais de 90 minutos de atraso. Em Madri passamos mais quase 4 horas, mas passaram rapido pois encontramos a Pati e com isso nos distraimos bastante.
Bem, a quem se interessa estamos bem, o tempo estã legal, sem chuva e com mais ou menos 25 graus de temperatura (em Madrid chovia e estava uns 15 graus).
Beijos para a Cris e a Rafa, meus pais, alem de toda minha familia.

sábado, 10 de abril de 2010

TRÊS DIAS!!!

Faltam apenas três dias para embarcarmos para a nossa aventura!
Ontem fui buscar as credenciais na recém descoberta - por mim - Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Curitiba... sim, existe! Não precisamos mais recorrer a associaçào de São Paulo, de florianópolis, ou deixar para pegar as credenciais lá no início do caminho. Basta telefonar para o Billy, apelido do Marcos Xavier, e ir buscar as credenciais. Anote o email dele: billy@sefa.pr.gov.br. Além das credenciais o Billy oferece informaões a quem queira se informar sobre o caminho. Para acha-lo basta seguir a primeira seta amarela do caminho, ainda aqui em Curitiba, em frente a casa dele, como mostra a foto abaixo.
Hoje foi o dia de pegar a bike na BIKESUL onde ela recebeu os últimos ajustes. Obrigado Tiago, Mamedes e, em especial ao nosso guru do cicloturismo Gestennberger!
Aproveitamos para receber o kit de sobrevivência:
2 cabos extras (freio e câmbio);
2 cameras extras;
4 remendos e cola para furos;
Óleo para corrente e câmbio;
4 raios extras;
10 parafusos diversos;
2 remendos para corrente;
Um pedaço de corrente;
Arame, silver tape e muitas novas dicas...
Bike na malabike, com o câmbio traseiro removido e embalado, pneus esvaziados, cantos protegidos.

Agora é a hora de fazer as malas...